A campanha de conscientização e prevenção à anemia falciforme começa nesta segunda-feira (3) e se estende até o dia 28 de novembro, em Limeira. Durante o período, todas as pessoas, especialmente as de ascendência negra, com ou sem histórico familiar da doença, são orientadas a procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizar o teste.
Um exame de sangue simples é capaz de identificar o traço falciforme, ou seja, a presença do gene responsável pela doença. O médico de família e comunidade George Mantese, mestre em Epidemiologia (UFRGS) e doutorando em Educação e Saúde (USP), explica que a anemia falciforme pode se manifestar de duas formas, “Ela pode aparecer no tipo heterozigoto, quando a pessoa tem o gene mas é assintomática, ou no tipo homozigoto, quando a doença se manifesta de fato.”
Origem genética e evolução
A anemia falciforme tem origem genética ligada a regiões onde a malária era comum, especialmente na África, mas também em áreas da Índia, Oriente Médio e sul da Europa.
“Quem tinha a anemia falciforme tinham mais resistência à malária e sobreviviam mais. Com o tempo, isso se difundiu, inclusive no Brasil, por causa do processo da escravidão”, explica o médio.

Doença hereditária e sintomas
A anemia falciforme altera o formato dos glóbulos vermelhos, que deixam de ser arredondados e elásticos e passam a ter o formato de foice. Essa deformação dificulta a circulação do sangue e pode causar complicações graves.
“Essas pessoas têm maior tendência a problemas de coagulação, AVC, formação de trombos e infecções. Por isso, o acompanhamento médico e a vacinação são essenciais para reduzir os riscos”, reforça o médico.
Entre os principais sintomas estão cansaço, pele pálida ou amarelada, crescimento lento, feridas nas pernas, infecções frequentes, dores nos ossos e articulações e acidente vascular cerebral (AVC).
A doença ocorre quando pai e mãe possuem o gene alterado. Se apenas um deles tiver o gene, o filho apresentará o traço falciforme, não desenvolverá a doença, mas poderá transmiti-la aos descendentes.
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico é feito, principalmente, por meio do Teste do Pezinho, oferecido pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN).
“O teste deve ser feito do terceiro ao quinto dia de vida e é 100% gratuito pelo SUS. O diagnóstico precoce muda completamente a evolução da doença e evita complicações graves”, alerta o doutor.
Além dos recém-nascidos, crianças a partir de 4 meses, jovens, adultos e gestantes que ainda não realizaram o exame podem aproveitar a campanha para realizar.
O exame é oferecido nas UBSs de segunda à sexta-feira, das 7h às 9h, e aos sábados, das 8h às 12h, nas unidades com Plantão de Vacinação. Não é necessário agendamento nem pedido médico, basta apresentar o Cartão SUS, documento com foto e estar em jejum de 8 horas.





