sábado, 23 novembro 2024

Gás de cozinha acaba em revendas da região

O aumento da demanda por gás de cozinha desde o início da quarentena no Estado, há três semanas, e problemas na distribuição fizeram o produto sumir do mercado. As revendedoras de gás da região não conseguem receber quantidade suficiente para atender a procura. E quando o produto chega, se esgota rapidamente.

Dois fatores causaram esse problema, admitido pela Petrobras, segundo o Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo). Um foi o aumento do consumo. Outro foi a paralisação de um duto para manutenção. Esse duto já voltou a funcionar, mas o atraso na entrega e a alta procura geraram essa sensação de escassez, informou o sindicato patronal.

A reportagem do TODODIA entrou em contato com revendedoras de Americana e Santa Bárbara d’Oeste, que não dispunham do produto. Mas ressaltaram que o problema ocorre em toda a região. As revendedoras buscam o produto em distribuidoras em Paulínia.

No Disk Gás e Água Araújo, na Avenida Paschoal Ardito, no São Vito, em Americana, uma funcionária disse que não dispunha do gás de cozinha ontem e nem havia previsão para chegada do produto.

“Está difícil, está geral. O problema é na distribuidora. Vai buscar em Paulínia e fica esperando três ou quatro dias para carregar o caminhão”, relatou Antônio Silva, 37, funcionário do Gás e Água Americana, na Rua dos Colibris, na Vila Mathiensen. Longas filas de caminhões se formam nas distribuidoras, disse.

Antes do início da crise, Silva vendia 20 botijões por dia, e após a quarentena, a procura aumentou para, no mínimo, 30 botijões, mas ele não tem essa quantidade para entregar aos clientes. A previsão é que uma remessa chegue amanhã à tarde ou quinta. “O telefone não para de tocar um minuto”, relatou.

“Não tenho” foi a resposta do comerciante Édi Flávio Adélcio de Oliveira, 49, proprietário da Édi Gás e Água, na Avenida Abdo Najar, no Cidade Jardim, em Americana.

Ele diz que recebe o produto duas vezes por semana, em quantia insuficiente. “Sai rapidão”, disse. “A procura está imensa”, relatou.

Tem recebido uma média de 200 ligações diárias de clientes em busca do GLP, sem contar a procura presencial. Ele afirmou que a maioria dos clientes compra o produto para deixar de reserva.

A cada 30 segundos aparece um cliente em busca de gás na Distribuidora Santa Bárbara, na Rua Floriano Peixoto, no nairro Santa Cruz, em Santa Bárbara d’Oeste. A informação é do proprietário, Wilson Alves.

Ele informou que estava sem gás ontem. “Quando chega acaba rapidinho. É muita procura. É uma coisa fora do comum”, disse Alves.

Gasoduto será retomado

O Sindigás informou no final da tarde de ontem que está em curso a retomada operacional do gasoduto que liga o Porto de Santos a Mauá, após autorização da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), no sábado (4).

“A retomada operacional está em curso, o que vai acelerar o transporte de GLP e contribuirá para a regularização no fornecimento em São Paulo. O produto que chega em Mauá tem papel importante também para aliviar o Pólo de Suprimento de Duque de Caxias (no Rio de Janeiro), e acelerar a reposição de estoques de GLP em Minas Gerais, e ainda em todo o Centro-Oeste”, informou o Sindigás.

“Quanto à Capital de São Paulo, mesmo com estas novas cargas em Mauá, ainda serão necessários alguns dias, no entanto, para que o processo seja sentido pelo consumidor final”, ressaltou o sindicato.

GÁS NATURAL

A Petrobras, em nota, informou que atua para reduzir também os impactos da crise na cadeia de gás natural. Medida temporária busca reduzir efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus.

A estatal propôs o parcelamento de pagamento, pelas companhias distribuidoras locais (CDL), das faturas dos meses de abril, maio e junho de 2020 referentes aos contratos de compra de gás natural para atendimento ao mercado não termelétrico (industrial, residencial, comercial e veicular). A intenção é atender a demanda das distribuidoras de gás natural, afetadas pela crise causada pelo novo coronavírus.

“Além disso, a Petrobras reiterou, conforme disposto nos contratos com as distribuidoras, que não efetuará as cobranças de penalidades pelo não cumprimento da programação diária de demanda nem das obrigações contratuais de encargo de capacidade ou remuneração mínima relativos aos volumes de gás natural impactados pela redução de demanda, reflexo das medidas restritivas de circulação de pessoas e redução da atividade econômica”, trouxe a nota.

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