Preenchimento labial virou tendência entre jovens. Antes voltado para pessoas mais velhas ou com assimetria no rosto, virou agora queridinho entre mulheres com menos de 25 anos que querem ficar com lábios mais carnudos e sair bem em selfies. Mas, segundo especialistas, é preciso tomar cuidado com a euforia.
Não faltam inspirações de bocas turbinadas: a socialite Kylie Jenner, a cantora Anitta e as atrizes Bruna Marquezine e Cleo Pires são algumas das famosas adeptas ao preenchimento e que colecionam milhões de seguidoras nas redes.
A divulgação massiva do procedimento estético, seja por meio de fotos de celebridades ou de perfis de supostos especialistas com antes e depois de pacientes (prática proibida pelo Conselho Federal de Medicina) e a popularização do ácido hialurônico contribuíram para o aumento na procura entre meninas, diz Niveo Steffen, presidente da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).
“Antigamente, o preenchimento era buscado, basicamente, por pessoas com mais idade”, diz. Isso porque, com o envelhecimento, os lábios murcham. O procedimento veio com a promessa de ajudar a melhorar isso e deixar o rosto mais harmônico.
Steffen explica que foi por volta da década de 1980 que o preenchimento labial começou a ganhar espaço. Os produtos aplicados, contudo, eram rapidamente absorvidos pelo organismo, e o efeito durava apenas alguns meses. A aplicação também não era tão simples: era feita de maneira cirúrgica e podia deixar cicatrizes.
Os estudos avançaram e médicos começaram a adotar o ácido hialurônico, substância presente no organismo, entre as células. Por causa disso, não costuma gerar efeitos colaterais no paciente. E fica nos lábios por até dois anos. “Representou uma revolução na dermatologia, possibilitando fazer verdadeiras cirurgias sem corte”, afirma Betina Stefanello, da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
A aplicação do ácido é feita em 30 minutos, por meio de agulha ou cânula. A boca do paciente é anestesiada antes.