quarta-feira, 24 abril 2024

A pandemia acabou

A pandemia deve ter acabado. Ou será que a vacina saiu e eu é quem ando desenformado? Gostaria de entender onde tem habitado o bom senso das pessoas. Será que se negam a enxergar tantas mortes e infectados pela Covid-19? Mas era de se esperar que boa parte da população voltaria a circular quando reabrissem bares, restaurantes e comércios. 

É chegar o fim de semana e abrir as redes sociais para ver muita gente sem máscara, em aglomerações, comendo, bebendo, confraternizando. O vírus que lute! Muitos assim fazem por não terem perdido um ente querido ou alguém próximo. Mas onde mora a empatia dessas pessoas? O que elas comemoram? 

Neste ano completo 25 anos no dia 25 deste mês. Desde criança sempre brinquei em relação à data e até planejei festividade para este ano, mas em decorrência de tudo o que houve e está havendo, não há motivos para comemorar, e como recomendam os órgãos sanitários e de saúde, devemos nos manter afastados até que chegue a vacina. 

Ver todas essas pessoas vivendo como se tudo já estivesse normalizado é de confundir a mente. Quem está certo e quem está errado? Essa é uma pergunta recorrente que me faço, mas não demora muito para me deparar com a obviedade. 

Existem aqueles que se julgam imunizados por já terem sido infectados e, por isso, podem viver livres e soltos por aí. Eu conto ou vocês contam? Não sei se estes indivíduos são ou se fazem de tolos, mas há vários casos de reincidência da Covid-19 no Brasil e no mundo. Ou seja, ninguém está a salvo por já ter portado o vírus. 

Embora a vida seja de propriedade de cada um, não podemos prever como o nosso organismo se comportará em caso de infecção pela doença. Tampouco trata-se apenas de proteger você ou sua família ao se resguardar. Mas também outras pessoas, como colegas de trabalho e pessoas que circulam nos mesmos ambientes de uso comum que você, todos os dias. Seja nos supermercados, transportes públicos e afins. 

Eu sei que é cansativo e que já se tornou exaustiva a reclusão. Mas é necessária. Ninguém está a salvo. Por mais que o vírus se encontre mais fraco e a infecção de um usuário para outros tenha diminuído, ou que os indicadores estejam baixando, isso não nos dá a permissão de jogar fora todos os esforços até então praticados e voltarmos ao que definíamos como normal. Aliás, haverá um novo normal, não como o conhecíamos anteriormente. Essa pandemia deve nos servir como um alerta de como nos relacionamos com as pessoas e à nossa higiene, principalmente. 

Como pode em um final de semana prolongado mais de 100 mil carros descerem para o litoral paulista? As imagens que foram transmitidas pelos telejornais Brasil afora são de chocar. Cadê o bom senso, o amor ao próximo que tanto pregam? Amor ao próximo é isso, gente. É se privar pela sua vida e pela do outro. 

Esta semana mesmo tivemos a triste notícia da pausa na pesquisa para a vacina contra o coronavírus, que já estava na fase final de testes pela Universidade de Oxford. Fato este que deveria nos fazer repensar ainda mais sobre o nosso comportamento enquanto sociedade e os demais à volta. 

É lamentável enxergar o egoísmo das pessoas. E não há forma mais branda de abordar o assunto senão expor a todos a situação. Não tapem os olhos mediante o caos. Se o vírus fosse visível, tenho certeza que muitos não correriam o risco. 

 

Escrito por: Marcos Barbosa | Jornalista e apresentador

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