Por Valdecir Duzzi
Duas faixas de idade distintas e o mesmo problema: falta de oportunidade de emprego. Essa é a realidade do Brasil. Os jovens, entre 18 e 24 anos, e as pessoas acima dos 50 têm a mesma dificuldade no mercado de trabalho. O principal desafio é qualificar para empregar essa massa trabalhadora.
Um em cada quatro jovens de 18 a 24 anos está desocupado no país. No outro extremo, cerca 880 mil pessoas acima de 50 anos perderam o emprego no ano passado.
A geração mais jovem não conta com experiência. Já a mais experiente, em muitos casos, é considerada já cansada pelo mercado, ou seja, pouco produtiva.
Existe uma lacuna a ser preenchida no mercado de trabalho com mão de obra qualificada. Faltam profissionais nas mais diversas áreas, exemplo da construção civil, vendas e atendimento.
Sem oportunidades, muitos desses trabalhadores desistem de buscar trabalho, vivem na informalidade ou tentam o empreendedorismo. Há também os chamados “nem nem nem”, aqueles que não trabalham, não buscam emprego e não são aposentados.
Os mais novos, que são mais atentos às novas tecnologias precisam de experiências – seja nos cursos de qualificação ou estágios – de vivência no trabalho, enquanto, os mais experientes devem ter oportunidades já que essa faixa de idade já conta com experiência.
Trata-se de um desafio importante, que deve levar à mesa de debates o poder público, empresários, professores e sociedade civil organizada.
É urgente alocar ambas faixas de idade no mercado, assim como oferecer qualificação e oportunidade de emprego, aos que hoje estão na pobreza e extrema pobreza e dependem os programas sociais do governo.
O Brasil precisa retomar o pleno emprego e, como consequência, crescer economicamente. É saudável para qualquer economia quando seu povo tem independência e autonomia financeira independentemente da idade.