sexta-feira, 26 abril 2024

Cadastro positivo inclui contas de consumo

No Brasil, o SPC Brasil estima que temos cerca de 110 milhões de cadastros positivos e esse número só aumenta. Após a inclusão dos dados do sistema bancário, vivemos a inserção dos dados de consumo continuados, água, luz, gás, operadoras de telefonia e TV a cabo. O ingresso dessas informações no Cadastro Positivo é muito importante porque contribui para a pontuação de bons pagadores desbancarizados – brasileiros que não movimentam a conta bancária há mais de seis meses ou preferem não ter conta em banco. 

A adoção do Cadastro Positivo injetará na economia até R$ 1,3 trilhão e poderia incrementar cerca de R$ 790 bilhões em geração de novos negócios, de acordo com a estimativa pré-pandemia feita pela Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC). 

Na próxima fase do Cadastro Positivo, serão incluídos os dados do varejo, principalmente do private label, conhecido como marca própria, que concede crédito na “praça”. Além disso, pessoas com outras naturezas jurídicas, como as do ramo de construção civil, que se autofinanciam, também serão adicionadas nessa nova etapa. É importante frisar que as compras relacionadas a imóveis ou terrenos, quando pagas em dia, por meio de um instrumento particular, impactam positivamente, pois esses tipos de transações podem ser ingressos para o Cadastro Positivo. 

As estimativas espelham-se na experiência do modelo no restante do mundo, após a implantação do Cadastro Positivo nos Estados Unidos, a taxa de acesso de crédito mais que dobrou, alcançando 80% dos consumidores, segundo a Corporação Financeira Internacional (IFC). Além disso, efeitos positivos também foram acompanhados na Argentina e Alemanha. 

Também conhecido por CP, o Cadastro Positivo é um mecanismo de pontuação (score), onde os bancos de dados ranqueiam o consumidor por meio da análise dos seus pagamentos e não mais aquilo que foi deixado de pagar. Dessa forma, temos uma maneira mais inteligente de avaliar a capacidade de endividamento e, portanto, conceder crédito. 

Nesse modelo são avaliados tópicos relacionados aos pagamentos, como a pontualidade e o histórico. Essa análise ultrapassa as relações bancárias, pois também se avalia o hábito de pagamento, no que ajuda a alcançar também os desbancarizados, negativados e o conjunto familiar. 

Diante desse cenário, podemos considerar o CP como um caminho para um custo do crédito mais barato e democrático, pois o acesso ao crédito deve ser entendido como instrumento de democracia e de fomento à riqueza. 

 

Escrito por: Alexandre Damásio | Advogado e presidente da CDL de São Caetano 

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também