
Carlos Chiti nasceu em Florença, na Itália, em 10 de junho de 1914, e faleceu em 20 de maio de 2010, na cidade de São Paulo. Era filho de Olímpia Gelli Chiti e de Guido Chiti, que morreu na Primeira Guerra Mundial, em 1915.
Em 1920, sua mãe, então viúva, casou-se com Américo Emílio Romi e passou a assinar o sobrenome Romi. Três anos depois, em 1923, o casal emigrou para o Brasil, deixando Carlos em um internato na Itália. Em 1927, aos 13 anos, ele veio ao Brasil acompanhado de Vicente Pizano, sua esposa Adélia e o filho do casal, Enzo, de apenas três anos, para se juntar à família Romi, então residente na Vila Americana.
Pouco tempo depois, Carlos começou a trabalhar em uma oficina de automóveis em Santa Bárbara d’Oeste, ao lado do padrasto Emílio Romi. Ali se iniciava uma trajetória empreendedora marcada pelos sangues de Gelli, Chiti e Romi, que se entrelaçaria à própria história da indústria brasileira.
O nome de Carlos Chiti ficou para sempre associado ao meio empresarial e, principalmente, à Romi-Isetta, o primeiro carro fabricado em série no Brasil. Produzido em Santa Bárbara d’Oeste entre 1956 e 1961, sob licença da italiana ISO Autoveicoli S.p.A. — fundada por Renzo Rivolta em 1938 e responsável pela criação da Isetta, em 1953 —, a Romi-Isetta representou muito mais do que um automóvel: foi a materialização da crença em uma ideia e no poder da inovação.
Foram construídas centenas de unidades da Romi-Isetta, que simbolizaram ousadia, modernidade e a confiança de que o Brasil poderia se tornar uma nação industrial.
Coube a Carlos Chiti a missão de adaptar o projeto europeu às condições brasileiras. Com talento, criatividade e rigor técnico, transformou um carro estrangeiro em um produto verdadeiramente nacional, adequado aos recursos disponíveis e às necessidades do mercado. Por isso, é lembrado como o pai da Romi-Isetta.
Mais do que um homem de negócios, Carlos Chiti foi um pioneiro. Foi ele quem sugeriu ao padrasto Emílio Romi: “Então, vamos fazer torno.” Sua dedicação e espírito inovador escreveram um capítulo decisivo da nossa história.
Homenageá-lo é reconhecer não apenas suas contribuições técnicas e empresariais, mas também a mensagem que deixou às futuras gerações: sonhar grande, trabalhar com seriedade e acreditar no poder transformador da inovação.
Portanto, dar o seu nome a uma praça é mais do que uma lembrança: é um convite para que cada filho deste município — e de outros rincões do país — continue acreditando no futuro e no poder da inovação.