Por Ailton Gonçalves Dias Filho
A polarização política entre direita e esquerda esteve esquecida no cenário brasileiro nos últimos vinte anos. Ela voltou em 2018. A grande maioria dos eleitores não sabe o que é direita ou esquerda, politicamente falando.
A polarização chegou nas igrejas. Recentemente, a Igreja Presbiteriana do Brasil, da qual sou pastor, tratou desse assunto em seu Supremo Concílio, realizado em Cuiabá, MT. Subiu ao Supremo Concílio consulta sobre membros e oficiais da igreja serem membros ou adeptos a partidos de esquerda. Após ampla discussão, o Supremo Concílio reconheceu que escapa à sua competência, como concílio eclesiástico, opinar sobre ideologias ou partidos políticos. Respirei aliviado.
Considero-me um analabeto político. Fujo de polarizações e não gosto dessas rotulações. Vou tentar escrever neste espaço o que creio e defendo. Os (e)leitores, depois, poderão me rotular se sou de direita ou esquerda.
Vamos lá. Defendo o amor à Pátria. Choro e me emociono quando ouço o Hino Nacional. Defendo o Estado Democrático de Direito. Defendo a Democracia. Defendo um país mais justo e fraterno para todos. Defendo o acesso à boa educação, à saúde de qualidade para toda a população. Defendo o direito à vida. Aceito o aborto nos casos já estabelecidos na legislação brasileira. Busco o direito à vida e ao ser humano. Defendo a liberdade religiosa para todos os credos. Defendo o respeito às leis estabelecidas, sobretudo à Constituição da República, nossa lei maior.
Sou ardoroso defensor da liberdade de expressão com responsabilidade imposta pelas leis da República. Defendo a imprensa livre. Defendo o desenvolvimento econômico com sustentabilidade social e ecológica, com profundo respeito à natureza, aos nossos rios e florestas. Defendo a fé e a ciência. Creio que elas não são excludentes. Se completam e se sustentam. Defendo os mais vulneráveis: idosos, crianças, adolescentes, mulheres, indígenas … os mais pobres de nossa sociedade. Coloco-me ao lado deles. Defendo políticas públicas que têm como propósito resgatar a vida e a dignidade humana.
Defendo transparência na vida pública, nos orçamentos dos entes federativos. Defendo o respeito e a tolerância aos que têm uma visão da vida diferente da minha.
Considero minhas posturas como fruto de minha fé e relação com Jesus Cristo. Não as vejo como ideologia política. Não são valores de esquerda ou de direita. Creio que são valores do reino de Deus, Ele tem uma política diferente. É isso.
