sábado, 20 abril 2024

Fome, caos econômico e saúde

 Por Maria Giovana Fortunato

 Essa tríade fome, economia e saúde – talvez não nesta ordem – está intimamente ligada no Brasil de 2022. São 33,1 milhões que não têm o que comer, em 2020 eram 19,1 milhões. Retrocedemos três décadas. Os dados são do Inquérito Nacional Sobre Insegurança Alimentar.

O problema só não é mais grave em função da solidariedade do brasileiro durante a pandemia. Segundo o Gife (Grupo de Institutos Fundações e Empresas), as doações no Brasil somavam R$ 3,25 bilhões em 2018, número que saltou para R$ 6,9 bilhões do início da pandemia até abril deste ano.

No entanto, como sabemos, não basta somente o espírito voluntarioso do nosso povo para resolver um problema grave como esse. Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na capital paulista, o custo médio da cesta foi de R$ 777,93 em maio. Um absurdo.

Itens básicos, como o tomate, aumentaram 103,6% entre abril de 2021 e abril deste ano. Já a batata subiu 63,40% no mesmo período. Não vamos nem citar outros itens como carne vermelha, por exemplo, cujo sabor está em alguma lembrança distante dos brasileiros mais necessitados, infelizmente.

Na outra ponta da fome está a saúde. A desnutrição, segundo o Ministério da Saúde, causa problemas como perda muscular, déficit no crescimento, alterações psicológicas e psíquicas, má formação óssea e anemia nas crianças.

Aliás, as mais prejudicadas com esse problema crônico de insegurança alimentar. Tais problemas vão trazer consequências graves ao SUS (Sistema Único de Saúde).

A fome deve ser tratada como prioridade. Hoje, é o principal problema do Brasil. O filósofo romano Sêneca (4 a.C) escreveu: “Depois de nos precavermos contra o frio, a fome e a sede, tudo mais não passa de vaidade e excesso”.

Diante dessas constatações, temos que inserir a questão da fome no centro do debate político. Essa é a nossa urgência.

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