A população brasileira está envelhecendo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dez anos, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população; e o grupo com 30 anos ou mais representava 56,1% da população do país em 2021, contra 50,1%, em 2012.
Entre os problemas do envelhecimento estão doenças neurodegenerativas e demências, como o Alzheimer. Por isso, Estados Unidos, Japão, Suíça, entre outros países europeus, estão investindo em um exame não invasivo e que usa a inteligência artificial, chamado de Altoida.
Primeiro que ele já apresenta certificações, como a Conformité Européenne (CE) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E funciona assim: os algoritmos de inteligência artificial são treinados para reconhecerem alterações específicas. E por meio de tablets ou smartphones, eles analisam mais de 850 parâmetros simultaneamente, como o rastreio ocular, a pressão e precisão do dedo na tela, a memória espacial (como planejar um caminho), a velocidade de movimento, a memória prospectiva (aquela ação que ainda vai acontecer, por exemplo) e micro-erros não perceptíveis pela observação humana.
Tem ainda a realidade aumentada imersiva que simula uma bateria de atividades com ações do mundo real. Tudo é convertido em uma análise de domínios cognitivos em um tempo médio de 12 minutos, seguido por relatório com alto grau de precisão e de fácil interpretação intuitiva, inclusive por pessoas não treinadas na área de saúde.
Os resultados com esse exame vêm sendo descritos em pesquisas científicas publicadas em periódicos internacionais e apontam que a acurácia é de 94% na prevenção de doenças neurológicas e demências. Tanto que é indicado para quem suspeita ou tem histórico de demência; se queixa de dificuldade de memória, da perda de funções motoras ou cognitivas; querem fazer o check-up do cérebro e manter a qualidade de vida; ou desejam fazer o acompanhamento cognitivo com avaliação recorrente de memória. Detalhe: também é possível avaliar as queixas cognitivas, como aquelas relacionadas às questões hormonais da menopausa.
Outro ponto interessante é que pode avaliar a perda da memória provocada pela Covid-19. Estudo recente publicado na revista Nature apontou que quem apresentou essa condição, até mesmo em casos mais leves, perdeu entre 0,2% a 2% de massa cinzenta em comparação com aqueles que não foram infectados.
A intenção com toda a inteligência artificial não é substituir outros exames, mas que ele seja uma ferramenta complementar, por fornecer informações valiosas para padrões que podem ser facilmente negligenciados, permitindo o rastreio precoce para intervenções médicas mais eficazes.