sexta-feira, 26 abril 2024

Investir no exterior está mais fácil

Por Fábio Quinato Biral

O investimento no exterior é muito mais acessível, atualmente, do que no passado. Existem várias formas de investir fora do País, desde plataformas self-service que permitem um investimento de qualquer valor, até produtos internacionais e gestoras de patrimônio. O cenário de instabilidade na economia brasileira e a desvalorização do real, comparado ao dólar, também estimularam os investimentos fora do Brasil. 

O número de pessoas físicas investindo na bolsa, em aplicações que refletem as ações de empresas estrangeiras na Bolsa de Valores Brasileira (B3), saltou de 130 mil em 2020 para 1,4 milhão no ano passado. E a B3 tem menos de 500 empresas listadas, ao contrário da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), com mais de 2,4 mil opções de ações, e a Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automática (Nasdaq), com mais de 3,6 mil companhias. Já os certificados de depósito de valores mobiliários (BDR), ativos negociados no Brasil ligados à volatilidade das empresas listadas em bolsas estrangeiras, são cerca de 900.

O investimento no exterior oferece duas grandes vantagens. A primeira é a diversificação da carteira e a segunda a estabilidade econômica maior, se comparada ao Brasil, o que ajuda a equilibrar as aplicações com a baixa do mercado doméstico. 

Para quem investe no exterior, é preciso ficar atento à questão tributária e sucessória, para não ser pego de surpresa em taxas e imposto de renda. Em relação aos tributos, é importante entender qual a regra de tributação no exterior para investidores locais e quanto terá de pagar de impostos ao operar com renda fixa ou renda variável. Esse cuidado contribui para que não se corra o risco de “cair” na malha fina. 

O imposto de sucessão, como exemplo o ITCMD ( Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação), fora do país, fica em torno de 0% a 40% se o investimento for na pessoa física. Caso aconteça algo, os beneficiários irão pagar uma tributação bem alta, mas há formas de se proteger. Outra questão é que, no momento de fazer a associação (o que é e para que serve?), será necessário contratar um advogado local ou um profissional do Brasil que faça essa intermediação com o advogado no país, o que pressupõe novos gastos. Outra questão tributária importante é que, fora os casos de sucessão, as pessoas que enviam dinheiro para fora do País costumam acreditar que o montante não sofrerá mais incidência de tributos. No entanto, é preciso declarar o valor e fazer isso da forma correta. Por exemplo, para quem opera ações no Brasil, no momento da venda deve-se pagar o DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais). Lá fora é a mesma coisa, havendo necessidade de fazer o recolhimento no Brasil. Com todos esses desafios, além das regras diferentes, fica cada vez mais clara a importância de contratar um assessor de investimento para entender até quanto vale a pena investir e como investir no exterior, o qual ainda terá conhecimento sobre os custos e como estruturar uma operação fora do Brasil.

O mercado no exterior tem muitos produtos, diferentemente do brasileiro, e o auxílio de um profissional vai ajudar na escolha do melhor produto e evitar problemas futuros. 

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