
A semana que passou foi marcada pela condenação do ex-presidente americano por júri popular no estado de Nova Iorque. Entrou para a história como primeiro presidente a ter em sua biografia uma condenação por crimes cometidos. O assunto terá ainda desdobramentos.
Aqui no Brasil, a semana foi marcada pela tal “Marcha para Jesus”. Já escrevi, em tempos passados, sobre este assunto. Volto a fazê-lo. É bom lembrar que este evento foi introduzido em nosso país por um “pastor” que hoje se autointitula “apóstolo”. O mesmo que foi detido nos Estados Unidos por ter sido flagrado com 56 mil dólares escondidos em malas, num porta CDs e numa Bíblia.
A “Marcha” cresceu e se solidificou como um evento anual nas maiores cidades do país. O crescimento do evento chamou a atenção das raposas políticas. Hoje é comum nos palanques da “Marcha” a presença de políticos graduados, todos de olho nos votos da massa ignara. Sem perceber, a igreja evangélica vai se tornando massa de manobra nas mãos de políticos e religiosos.
Aqui em Americana, lutei contra isso. Contra o uso do nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Lutei porque a “Marcha” começou a usar dinheiro público como forma de financiamento. É ilegal. Os eventos religiosos devem ser financiados pelas instituições religiosas. Nunca com o dinheiro público. O dinheiro público deve financiar a educação, a saúde, o saneamento básico, a segurança pública, a assistência social, o transporte coletivo com qualidade. Nunca atos religiosos. Em tempos passados, a Prefeitura financiou essa “Marcha”, infelizmente.
Como cristãos, somos chamados a ser “simples como uma pomba e astutos como uma serpente”. É preciso acordar. É preciso ter discernimento. Não somos massa de manobra. Tenhamos uma mente mais crítica. Tenhamos discernimento.
A marcha para Jesus é outra. É silenciosa, porém relevante, eficiente e suficiente. É marcha da solidariedade, do amor ao próximo. É marcha que tem propósito claro, definido e acontece todos os dias. Parafraseando o corajoso profeta Isaías, podemos escrever: “Por que “marchamos” nós, e tu não atentas para isso? Por que “marchamos”, e tu não levas em conta? Eis que no dia em que “marchais” cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo vosso trabalho. (…) Seria esta a “marcha” que escolhi, que o homem caminhe um dia …chamarias tu a isto de “marcha” aceitável ao Senhor? Porventura não é esta a “marcha” que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo o jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?”.
É isso.