sábado, 21 dezembro 2024

O respeito e o ego

POR MARCOS BARBOSA / JORNALISTA E APRESENTADOR

Em meio às adversidades, temos o péssimo defeito de culpabilizar quem está ao nosso redor. No fundo, a necessidade aqui seria olhar para si e analisar o que tem sido feito de errado, buscando melhoria. Do que adianta falar aos quatro cantos, se inspirar em alguém ou admirar o trabalho do outro, quando seus atos dizem o oposto. Não respeita hierarquia, a posição do outro e não se porta como deveria em espaços comuns. Temos falado tanto sobre democracia, mas não temos feito o básico. Discordamos da opinião alheia e decidimos que o melhor é enfiar goela abaixo aquilo que acreditamos. O outro que lide! O caminho não é esse.

Ser democrata, acima de tudo é ter consigo diplomacia. Embora tenha seus princípios, saber perder e sair de cena é essencial.

Nenhuma imposição é saudável. Por fim, atos como os descritos o tornarão igual perante o outro. É preciso ser político, sabendo lidar com todas as situações, conduzindo da melhor forma possível.

O narcisismo também tem feito parte da rotina das pessoas. Não que fosse algo novo ou inovador, mas nos últimos tempos, outros adjetivos têm sido usados como tentativa de amenizá-lo. Reavaliando sua postura, você nota que cobra dos outros aquilo que tem falhado? Outros pontos a considerar: você se sente atacado o tempo todo? Tudo é sobre você? Você sente que as pessoas não gostam de você mesmo que elas não tenham dito isso? Sente que quando alguém está mais fechado ou quieto é porque está brava com você? Se você se identificou com algum desses questionamentos, fica o alerta! Você pode ser narcisista. Lembre-se: nem tudo é sobre você.

Outra pauta recorrente tem sido o egocentrismo. Basta abrir o LinkedIn e um bombardeio de frases de efeito sobre o tema chega até você. Tudo se tornou sobre o ego. O silêncio do outro incomoda. O trabalhar do outro tira o sono. A auspiciosidade do outro é um problema pra você. Se impor e cobrar igualdade em um espaço compartilhado é infortúnio. Querer trabalhar em um ambiente improdutivo, onde a pauta do dia é mais importante que a tarefa à cumprir é inadmissível. Se lermos atentamente, saberemos bem onde está o erro.

As pessoas, hoje em dia, são contratadas e pagas para fazerem um trabalho, mas confundem a causa. Criam mil motivos para fazerem o que não devem, exceto à incumbência. Se sentem atacadas por tudo, com cobranças de resultados e da postura que cabe ao cargo que está, mas não cumprem. Com o tempo, fica notório que os problemas que aparecem são consequências de uma escolha tomada ou não.

Lembre-se sempre que ao trabalhar, você troca o seu tempo por dinheiro. E é óbvio que é importante uma boa convivência e um ambiente agradável. A gente passa por tantas experiências na vida. Incompreensível não usá-las como ponto de referência para não permanecer no erro. Respeite o outro, o espaço coletivo e a figura do que o outro representa também. Ninguém está onde está e por acaso. Você também não chegou na posição que está sozinho. Reconheça quem participou dessa jornada. Respeito! Uma palavrinha que se seguida à risca, dispensa um texto como esse.

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