sábado, 20 abril 2024

Não basta ensinar a pescar…

 Por Alexis Fonteyne

Uma máxima entre especialistas e formuladores de políticas públicas diz que educação básica e formação profissionalizante são fundamentais para fazer uma inclusão social produtiva efetiva. O ensino é o caminho para fazer com que todos sejam capazes de gerar riqueza por meio de sua própria força de trabalho.

“Ensinar a pescar” é capacitar uma pessoa para um ofício, treinar, imergir no conhecimento, seja ele o tradicional repassado a um jovem aprendiz, o técnico, o científico, até o altamente especializado que detém um cientista de dados.

No Brasil, apesar dos pesados investimentos em educação básica, ainda temos baixos resultados no índice PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Nossa força de trabalho segue desqualificada e os incentivos para qualificação partem muito mais da iniciativa privada (empresas e Sistema S) para atender a sua própria demanda, do que de uma política nacional estruturada de formação.

Uma política de ensino mais bem elaborada e maiores incentivos para que as pessoas tenham acesso ao estudo e possam se desenvolver plenamente já teria a sua importância e diminuiria nossas perdas de talentos, que não chegam a ser revela dos em função das falhas no ensino.

“Ensinar a pescar” é, sem dúvida, necessário. Mas será que é suficiente?

Certamente não é! Para não perdermos a oportunidade de revelar e de reter talentos, será preciso mais do que ensino. Investir exclusivamente na formação, com rigor, alta performance e disciplina revela talentos, desperta o interesse, cria fundações e transmite conhecimento, mas se não houver ambiente para desenvolver todo esse potencial, perdemos essa riqueza.

“Não basta ensinar a pescar, tem que ter ambiente de pescaria”

Curiosamente, é sempre o Estado quem atrapalha o ambiente de negócios, seja por causas ideológicas, como no caso de países com regime socialista, nos quais a iniciativa privada era tolhida e restrita, ou seja por excesso de burocracia, regulamentações, reservas de mercado, cartórios, restrições de importações e outros, como é o caso do Brasil.

As dificuldades relacionadas com o excesso de obrigações acessórias, falta de governo digital, excesso de exigências desnecessárias, normas regulamentadoras que tratam de forma igual uma empresa de fundo de quintal e uma grande empresa, jogam a produtividade brasileira para baixo e criam um ambiente de negócios ruim.

Brasil Competitivo
Por todos esses motivos, devemos lutar para criar e manter um ambiente de negócios bom e capaz de reter nossos talentos. Isso pode ser feito a partir da redução do custo Brasil, retirada de reservas de mercado e adoção de medidas de simplificação. Com a melhora do “ambiente de pescaria”, teremos um Brasil mais competitivo, com mais oportunidade, com melhor ambiente de negócios e mais preparado para unir os seus talentos no enfrentamento dos próximos desafios econômicos e sociais.

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