segunda-feira, 16 setembro 2024

O desânimo

Por
Por Rev. André Luís Pereira 
Foto: Arquivo Pessoal

O desânimo se tornou uma companhia muito conveniente para nós. Digo conveniente porque sempre nos apoiamos nele quando não queremos assumir nossa responsabilidade diante de alguma situação; também nos amparamos no desânimo quando queremos que alguém faça algo por nós, em nosso lugar. 

Contudo, o desânimo não faz bem a nada e nem a ninguém. Não faz bem às nossas emoções, ao nosso corpo, à nossa alma; também não faz bem aos ambientes (lar, trabalho, amizades, igreja, etc), às pessoas com as quais nos relacionamos. 

Desanimar é permitir que o ânimo caia e se transforme em desamor. Desanimar é permitir que a vida entre em colapso em relação a esperança, a resiliência e a perseverança, às vezes, em colapso com a fé. 

Com isso estou dizendo que não devemos desanimar? Não, claro que não estou dizendo isso, afinal, seria impossível esperar isso dos seres humanos, mesmo dos que crêem. 

Estou apenas pontuando que o discurso do desânimo não ameniza nossa responsabilidade, não muda qualquer situação e nem obriga o outro a resolver as questões que nós desanimamos de resolver. 

A vida continua acontecendo, estejamos desanimados ou não. Ela não para porque a gente foi pelo caminho da falta de perspectiva. Ao contrário, por vezes, por transitarmos por esse caminho, a vida se torna mais dura, pois vamos perdendo as condições para o enfrentamento e, assim, vamos desorganizando nossa estrutura, ficando cada vez mais complicado sairmos do estado de desânimo.

Então, o que fazer? Como sair dessa condição? Sugiro:

1) Reconhecermos que o desânimo está em nós, não no ambiente e nem nos outros;
2) Reconhecermos nossa tendência humana de projetar nos outros os nossos sentimentos e frustrações;
3) Assumirmos nosso lugar e nosso papel diante de situações que são facilitadoras do surgimento do desânimo em nós;
4) Nos esforçarmos em ser mais resilientes ante nossas frustrações, decepções e contrariedades;
5) Não permitirmos que os outros transfiram para nós as decepções, frustrações e contrariedades que lhes pertencem.

Tais sugestões não resolvem a questão do desânimo como um todo, pois cada pessoa carece ser ouvida, compreendida e orientada em cada situação, porém, essas sugestões são pequenos mas importantes movimentos, que podem facilitar nossa percepção em tempos de desânimo. 

É o que tenho refletido ultimamente.

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