O brilho das estrelas que vemos hoje no nosso céu demorou milhões de anos para chegar na Terra? Pois é, o ministro da economia que até hoje só especulou no mercado, mostrou que também não entende nada de astronomia. Das estrelas que vemos com nossos próprios olhos, a mais distante que conseguimos ver é a Denebe, na constelação do Cisne, é a estrela Alfa.
Denebe é uma estrela de magnitude aparente 1,25 e é a 19ª mais brilhante do céu terrestre. Segundo as estimativas, ela fica entre 1.500 a 3.229 anos-luz de distância da Terra (de acordo com cada fonte), ou seja, a luz que ela emite demora, ao menos, mais de 1.500 anos para chegar até aqui. Com raio cerca de cem vezes maior que o do Sol, é cerca de cem mil vezes mais brilhante, é classificada como supergigante.
Agora em setembro, forma uma dupla bonita com Vega ao norte, da minha limitada visão do céu, de onde resido, São Sebastião (SP), vejo outras duplas, Alfa e Beta Centauro ao sul – curiosamente, a Alfa-Centauro é a estrela mais próxima, cerca de 4 anos-luz, e ainda Júpiter e Saturno a leste, aliás, nestes planetas estão as luas mais interessantes do nosso sistema solar.
Quando eu era criança, nos anos de 1970, os cientistas planejavam buscar água em algum corpo celeste, já que onde há água pode ter vida. Hoje, sabemos que tem água por todo o universo.
Em Saturno, já sabíamos que a lua Encélado possuía um oceano embaixo da crosta congelada. Titã também tem oceanos e até chuva, mas de metano líquido. Há poucos anos, com base em dados gravitacionais coletados pela espaçonave Cassini, pesquisadores do Observatório Real da Bélgica descobriram que a crosta de gelo que recobre Diane, a quarta maior lua de Saturno, flutua sobre um oceano, que está localizado a cerca de 100 quilômetros abaixo da superfície. O oceano, que tem dezenas de quilômetros de profundidade, envolve um grande núcleo rochoso. Os cientistas ficaram animados porque o contato entre o oceano e o núcleo rochoso pode fornecer nutrientes e fonte de energia, que são essenciais para a vida. O estudo foi publicado no periódico “Geophysical Research Letters”.
Dione é bastante similar a sua vizinha menor, mas mais famosa, Encélado, que dispara jatos de vapor de água no polo sul. Dione não mostra jatos, mas sua superfície fraturada indica um passado mais tumultuado. O oceano em Dione parece ser muito profundo para ser acessado, mas Encélado, assim como a lua de Júpiter Europa podem ter material recolhido dos jatos de vapor d’água que expelem para o espaço.
A lua Tritão de Netuno também contém geysers ativos na sua superfície e há cientistas que consideram possível esta lua conter oceanos na superfície. A Nasa ainda aponta Plutão como um mundo ativo e com possíveis oceanos abaixo da superfície. Muito para descobrir.
Escrito por: Mario Eugenio Saturno | Tecnologista sênior do Inpe