Por Rev. Ailton Gonçalves Dias Filho
Pastor Presbiteriano
O dia 08 de janeiro de 2023 entra para a história como um dia triste para o país. Milhares de manifestantes foram para Brasília, aparentemente sem uma causa definida, e, sem limites, depredaram o patrimônio público na praça dos três poderes da República. O prejuízo ao erário ainda não foi totalmente calculado. Toda a sociedade brasileira arcará com os gastos.
O interessante é que, nenhum dos indivíduos que lá estiveram, se tivessem sozinhos ou em menor número, não teriam sequer coragem para subir a rampa do Palácio da Alvorada. Assim é o ser humano. Muitos de nós, em multidão, ficamos corajosos, valentões. E, quase sempre, perdemos a noção dos próprios atos. De repente, parece que entramos em transe e extrapolamos todos os limites. Ultrapassamos barreiras outrora intransponíveis. A razão cede lugar à insanidade. Ficamos fora de nós mesmos.
Este fenômeno pode ser observado nos estádios de futebol. Motivados pela presença da massa de humanos, nos transformamos. Indivíduos que, isolados, não fariam absolutamente nada, mas na multidão é capaz de tudo. E hoje, a valentia que vem à tona é impulsionada com transmissão ao vivo pelas redes sociais. Assim, as manifestações, ultrapassando todos os limites, não tinham noção que estavam produzindo provas contra seus próprios atos. Agora, com o tempo, com o dispersar da multidão, a ficha vai caindo. O entusiasmo motivado pela multidão vai cedendo espaço para a individualidade da razão. O transe vai lentamente passando. O tempo, dizem alguns, é senhor da razão.
Nossas manifestações precisam ter uma causa. Uma causa justa, plausível. Sinceramente, caro leitor, não consigo ver de forma nítida a causa que movia os manifestantes de Brasília no último domingo. Todas as vezes que marchamos sem causa corremos o risco de perder a razão completamente. Foi exatamente isso que aconteceu. Em recente pesquisa, 93% da população brasileira condenaram a atitude dos manifestantes. Nada justifica tamanho desatino.
Que Deus tenha misericórdia de nós e que, como nação, possamos superar em muito os acontecimentos de 08 de janeiro de 2023.
É isto!
