Por Reverendo Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor presbiteriano
Assim como o Natal, a Páscoa tem também um período especial de preparação que chamamos de Quaresma. Ela se inicia 40 dias antes da celebração da Páscoa. A Quaresma, como tempo de preparação para a celebração da ressurreição de Jesus Cristo, já era observada pelos cristãos há mais de 1.200 anos antes de existirem católicos romanos e protestantes.
Seu surgimento foi a partir do costume das comunidades cristãs em observar um período de preparação para a Páscoa. Esta preparação consistia em autoexame, reflexão, arrependimento, jejum e oração. Nesses 40 dias, as pessoas imitavam o exemplo do Senhor Jesus Cristo quando passou 40 dias no deserto e foi tentado por satanás. No início, o período da Quaresma era também usado na preparação dos candidatos ao batismo ministrado no amanhecer do Domingo da Ressurreição.
Diante de um mundo cada vez mais violento e carente de bons valores, os cristãos reconhecem a necessidade de um período como a Quaresma que nos convida a ajustar nossa existência à luz das Escrituras Sagradas. A Quaresma é um convite ao caminho da cruz, aprendendo com o Deus que se fez homem, sacrificando a si mesmo em prol do outro. Ela tem seu início na quarta-feira de cinzas, assim denominada por causa da revelação bíblica de usar cinzas como símbolo de tristeza e arrependimento.
Como parte da reflexão quaresmal é comum cristãos lançarem mão de jejuns. O Papa Francisco propõe um jejumdiferente nesta Quaresma. Ele propõe um “jejum de palavras negativas; um jejum de descontentamento; um jejum de raiva e ódio; um jejum de pessimismo; um jejum de preocupações; um jejum de coisas inúteis; um jejum de amargura; um jejum de egoísmo; um jejum de falta de perdão…”.
A Quaresma pode nos ajudar em nossa reflexão e fazer de nós pessoas melhores. Preparemo-nos para a grande celebração da Páscoa, quando a vida triunfa sobre a morte.
É isso!