segunda-feira, 1 julho 2024

SALVE, ADÉLIA!

Por Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor Presbiteriano e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Por
Ailton Gonçalves Dias Filho
Foto: Club SB

“Ela trabalha aqui?”. Essa foi a pergunta que o Governador de Minas Gerais fez ao locutor de uma rádio em Divinópolis – MG, ao ser presenteado com um livro de poesias de Adélia Prado. Uma pena que o Governador de Minas não conheça o melhor de Minas Gerais.

Adélia Prado é mineiríssima de Divinópolis, nascida em 13 de dezembro de 1935. É professora, filósofa, contista, romancista e poetisa, ligada ao Modernismo brasileiro. Hoje é considerada por muitos a maior poetisa viva do Brasil. Na semana que passou, ela simplesmente ganhou o prêmio Camões de Literatura. Uma semana antes tinha acabado de ganhar, pela Academia Brasileira de Letras, o prêmio Machado de Assis, o principal prêmio literário brasileiro oferecido pela Academia.

O prêmio Camões foi instituído pelos Governos de Portugal e Brasil em 1988, com o propósito de estimular e estreitar os laços culturais entre os vários países lusófonos. O prêmio entregue à Adélia Prado valoriza ainda mais o patrimônio literário e cultural de nossa querida Língua Portuguesa, “inculta e bela”.

A obra de Adélia Prado retrata o dia a dia com perplexidade e pura ternura. O corpo de jurados do prêmio destaca que ela é “autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética”. Adélia Prado é herdeira de Carlos Drummond de Andrade, que afirmou certa feita a respeito dela: “Ela é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo”. Ela tem consciência de onde vem sua inspiração. Certa feita chegou a afirmar: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.

Parabéns aos imortais da ABL por oferecer a ela o prêmio Machado de Assis de 2024 pelo conjunto de sua obra. Merecido. Parabéns ao júri do prêmio Camões. Merecido. Nunca é tarde para fazer a coisa certa. Parabéns à Adélia Prado. “A quem honra, honra…”.

Quem sabe o Governador Zema esteja usando suas manhãs de domingo para ler e conhecer a ilustre mineira de seu Estado.

Ah! Eu ia me esquecendo… Ela também já ganhou o prêmio Jabuti de Literatura, em 1978.

É isso!

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