Ele tinha 26 anos de idade quando chegou ao Brasil, na Baia de Guanabara, em 12 de agosto de 1859. Não sabia falar uma palavra em português. Veio com muita fé e coragem. Carregava dentro de si uma convicção inabalável de um chamado divino para anunciar a boa notícia em terras brasileiras.
Em 12 de janeiro de 1862 ele organizou a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, hoje a imponente Catedral Presbiteriana, com seu lindo templo. Sua vida não foi fácil. Após a organização da Igreja, o corajoso Simonton seguiu em viagem de férias para os EUA, onde casou-se com a jovem Helen Murdoch. Regressam ao Brasil em julho de 1863. No fim de julho de 1864, a jovem esposa falece nove dias depois de dar à luz à única filhinha, batizada com o nome da mãe, Helen Murdoch Simonton.
Com apenas 08 anos de Brasil, esse jovem e corajoso pastor, sem nenhuma experiência anterior, deixou um legado enorme às futuras gerações. Ainda em 1864 ele criou o jornal “Impressa Evangélica”. No ano seguinte, 1865, ele organizou o Presbitério do Rio de Janeiro e dois anos depois, em 1867, deu início ao Seminário que ajudaria em muito na formação de futuros pastores presbiterianos.
Ao final de 1867, acometido de “febre amarela”, veio para São Paulo, onde seu cunhado e sua irmã criavam sua filhinha, veio a falecer no dia 09 de dezembro. Seu corpo foi um dos primeiros a ser sepultado no recente Cemitério dos Protestantes no Cemitério de Consolação, em São Paulo.
Muito de suas memórias estão registradas no livro “O diário de Simonton”, editado no Brasil. Louvamos a Deus por vida tão preciosa que, em apenas 08 anos de Brasil, plantou uma Igreja que procura não perder sua relevância. Hoje, 164 anos após a chegada de Simonton, os presbiterianos estão espalhados por todos os Estados da União, presente em todas as capitais do país. Hospitais, escolas, colégios e Universidades atuam em várias cidades e têm ligação com a mesma Igreja. Olhamos para trás com gratidão. Olhamos para o presente com preocupação. Olhamos para o futuro com esperança. Esperança para que a mesma coragem e consciência que norteou a vida deste pioneiro, esteja presente nos herdeiros presbiterianos de hoje. Que recuperemos, como Igreja, nossa relevância, sendo Igreja lava-pés e não uma Igreja lava-mãos. “uma igreja que nunca lava-mãos diante dos problemas, dificuldades e injustiças deste mundo, mas está sempre de lombos cingidos com uma toalha para lavar os pés da humanidade”
É isso.