
Quando pensamos em comércio hoje, logo lembramos de caminhões cheios de mercadorias, navios cruzando os mares ou compras feitas pela internet. Mas negociar não é invenção moderna. Muito antes dos shoppings e dos cartões de crédito, alguns povos fizeram da troca de produtos a base de sua força e prosperidade. Entre eles, quatro se destacaram: fenícios, gregos, cartagineses e romanos.
Fenícios – os primeiros navegadores comerciantes
Os fenícios viviam numa estreita faixa de terra, onde hoje está o Líbano. Como o solo não sustentava toda a população, encontraram no mar a saída. Tornaram-se grandes navegadores e fundaram colônias, como a famosa Cartago, no norte da África. Vendiam madeira de cedro, tecidos roxos de alto valor, vidro e joias. Também compravam produtos em outras regiões para revender.
Para facilitar a comunicação entre tantos povos, criaram um alfabeto simples, que mais tarde inspirou o grego e o latim.
Gregos – comércio e cultura juntos
A Grécia, de território montanhoso e pouco fértil, também fez do mar sua estrada para o crescimento. Criaram colônias em diversos lugares, como Marselha e Nápoles, e ampliaram suas rotas comerciais. Exportavam azeite, vinho, cerâmica e tecidos, enquanto importavam grãos, madeira e metais.
Diferentemente de muitos povos da época, usavam moedas metálicas, o que facilitava as trocas. Além dos produtos, levaram sua cultura, num movimento que ficou conhecido como helenização.
Cartagineses – a força do Mediterrâneo
Cartago nasceu como colônia dos fenícios, mas cresceu até superar seus fundadores. Localizada no norte da África, tornou-se uma potência naval. Seus navios percorriam não só o Mediterrâneo, mas também o Atlântico, transportando metais, azeite, vinho, marfim e tecidos.
O Estado cartaginês controlava de perto o comércio e mantinha uma marinha poderosa para proteger suas rotas. Seu poder foi tão grande que entrou em choque com Roma, sendo derrotada nas Guerras Púnicas.
Romanos – comércio em escala de império
Os romanos elevaram o comércio a outro patamar. Construíram estradas pavimentadas, portos e navios que integravam Europa, Ásia e África. Durante a Pax Romana, havia segurança para o transporte de mercadorias.
Roma recebia trigo do Egito, azeite e vinho da Península Ibérica, além de produtos de luxo vindos da Índia e da China, como seda e especiarias. Criaram moedas padronizadas e até bancos simples para empréstimos e câmbio.
O comércio foi essencial para sustentar a cidade e a vida urbana do Império.
O que falta ao Brasil?
Olhando para o que construíram esses povos, surge a pergunta: o que falta ao Brasil?
O país ainda insiste no improviso, como se pudesse crescer sem planejamento. Enquanto governo e iniciativa privada não caminharem juntos para estruturar o comércio exterior, os frutos continuarão pequenos.
Enquanto vendermos sem pensar, continuaremos comprando atraso — e desperdiçando a chance de crescer de verdade.