sexta-feira, 14 março 2025
CULTURA

Arte, Resistência e Direitos Humanos se encontram na Programação Especial no Sesc Campinas

Projeto promove reflexões e ações culturais que celebram a dignidade humana através da arte, do teatro e da música
Por
Redação
Arte de Rua Literária Foto: Gabriella Zanardi

O projeto Direitos Humanos para Todas as Pessoas chega ao Sesc Campinas com uma programação que une arte, cultura e reflexão social. Entre os destaques está o espetáculo Parto Pavilhão, que narra a história de Rose, uma ex-técnica de enfermagem que, dentro de uma penitenciária provisória para mães, ajuda outras mulheres em serviços de parto e cuidados com os bebês. Inspirado em um caso real de fuga ocorrido em 2009, a peça, dirigida por Naruna Costa e com dramaturgia de Jhonny Salaberg, aborda temas como resistência, maternidade e justiça social, convidando o público a refletir sobre as desigualdades do sistema carcerário.

A música está presente com a Orquestra dos Músicos de Rua, que apresenta o show Fiado Só Amanhã!. Criada em 2005 por Lívio Tragtenberg, a orquestra reúne músicos de rua, migrantes e imigrantes, trazendo instrumentos e tradições que refletem as histórias de quem vive à margem. O repertório, influenciado por correntes migratórias de sírios, haitianos e africanos, propõe uma experiência de escuta e reconhecimento das culturas que fazem parte da identidade de São Paulo.

O documentário Arte de Rua Libertária será lançado no dia 19 de março, fruto de um projeto socioeducativo realizado nas unidades da Fundação Casa de Campinas ao longo de 2024, discorre a respeito de um projeto de educação popular e Hip-Hop em contextos de privação de liberdade. O filme apresenta um encontro entre as artes de rua e a pedagogia libertária, contando com a participação de artistas como Mundano, Renan Inquérito, Ewerton Epifania, Pilha Man e Nus. A exibição será seguida de um debate sobre arte, liberdade e transformação social.

Além das apresentações, o projeto promove debates e oficinas sobre direitos humanos. O bate-papo Direitos Humanos e Teatro – Palcos de Resistência e Transformação discute as metodologias utilizadas em peças como Parto Pavilhão e Como se Fosse, do Grupo Matula Teatro, que abordam temas como violência de gênero e o sistema carcerário de mulheres negras e mães. Já a oficina Dramaturgias de Fronteira, ministrada por Érika Cunha, do Matula Teatro, explora a criação cênica a partir de histórias reais.

Com uma programação que inclui documentários e shows, o projeto Direitos Humanos para Todas as Pessoas convida o público a refletir sobre os desafios de garantir a dignidade humana para todos, trazendo diferentes narrativas e experiências.

Sobre o projeto:

O projeto tem como objetivo fomentar reflexões sobre o aspecto formal dos direitos humanos e sua realização concreta na realidade social, discutindo os desafios de transformar a ampla gama de declarações, estatutos, convenções e leis em garantias efetivas da dignidade humana para todas as pessoas.

Da palavra ao movimento implica a dinâmica necessária de concretização dos direitos humanos formais em direitos humanos substanciais, capazes de proteger e ampliar as possibilidades de vida plena para todos os grupos sociais. No campo da palavra, busca-se o alargamento das epistemologias dos direitos humanos, com o vislumbrar de novas gramáticas possíveis na universalização de valores em consonância com a miríade de concepções de mundo. No campo do movimento, reflete-se sobre o papel e protagonismo de pessoas, coletivos, ONG’s, iniciativas, ações e fluxos na ampliação de protagonismo de grupos historicamente minorizados.

“O projeto é uma iniciativa do Sesc São Paulo que visa promover reflexões sobre os direitos humanos e sua aplicação na sociedade. Tem como tema “Tecer Redes Colaborativas”, buscando fortalecer a colaboração entre indivíduos, organizações e movimentos sociais para garantir os direitos humanos. O principal foco dessa edição é se aproximar das instituições locais, entendendo que o Sesc faz parte dessa rede através das atividades culturais que acontecem nas unidades”, segundo Sara Centofante, técnica de programação responsável pelo projeto do Sesc Campinas.

Sobre o tema:

​Tecer Redes Colaborativas implica em facilitar o trabalho conjunto entre indivíduos, organizações, coletivos, movimentos sociais, lideranças comunitárias e instituições sociais para alcançar objetivos comuns, compartilhar saberes e gerar conhecimento coletivamente. As redes colaborativas têm um papel crucial em promover a inovação, o acesso a recursos compartilhados e uma melhor tomada de decisão por meio da diversidade de perspectivas e habilidades.   

As redes amplificam narrativas e reflexões sobre a importância do trabalho para a promoção e a efetivação dos direitos humanos. O trabalho em rede multiplica vozes e narrativas, promove diálogos e a troca de saberes de forma inclusiva e acessível. É uma oportunidade para transformar um vasto conjunto de declarações, estatutos, convenções e leis em garantias efetivas da dignidade humana inegociável, acessível a todas as pessoas e permeável à alteridade, ao pluralismo e à pulsão inventiva e colaborativa da humanidade.  

Confira a programação completa abaixo: 

Exibição: Lançamento do documentário Arte de Rua Libertária

Com Onírico Produtora

Lançamento do documentário Arte de Rua Libertária

Exibição e Bate-papo com o diretor do filme Pedro Oliveira

O documentário aborda reflexões sobre o envolvimento de adolescentes com o universo infracional e discorre a respeito de um projeto de educação popular e Hip-Hop em contextos de privação de liberdade. O filme contará com a participação de artistas renomados/as, como Dj KL Jay, Mundano, Renan Inquérito, Nus, Giulia Zen, além de educadoras populares como Juliana Jodas, Thalita Oliveros e Fanni Araujo.

Os envolvidos na produção do filme trabalham diretamente com educação em contextos comunitários, contando com direção de Pedro Oliveira, filmagem de Levi Macedo e tratamento de áudio de Lorrann Paulino.

Dia 19/3. Quarta. 19h às 21h.

Teatro. Grátis. 13 anos.

Retirada de ingressos limitados, na Loja Sesc, a partir de duas horas antes do início da atividade.

Bate-papo: Direitos Humanos e Teatro – Palcos de Resistência e Transformação

O encontro visa apresentar as metodologias utilizadas nas peças teatrais: Parto Pavilhão e Como se Fosse (Matula Teatro), que abordam temas complexos como o sistema carcerário de mulheres negras e mães no Brasil e a violência de gênero.

Dia 20/3. Quinta. 19h30 às 21h30.

Sala de Atividades 4. Grátis. Livre.

Atividade aberta, sem retirada de ingressos, mediante a capacidade do local.

Show: Graciela Soares canta os Vissungos

O show apresenta um repertório composto por arranjos contemporâneos e inéditos do álbum O Canto dos Escravos gravado por Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Tia Doca, registrado no EP Jamba de Graciela Soares e resgata a engenhosa comunicação cantada de escravizados, o vissungo. Com Graciela Soares, concepção e voz; Marcelo Santhu, baixo; Diogo de Sales, sintetizadores e Yandara Pimentel, percussão.

Dia 20/3. Quinta. 20h.

Área de Convivência. Grátis. Livre.

Atividade aberta, sem retirada de ingressos, mediante a capacidade do local.

Espetáculo de Teatro: Parto Pavilhão

Com Aysha Nascimento; direção de Naruna Costa; idealização e dramaturgia de Jhonny Salaberg

Rose, ex-técnica de enfermagem, reclusa em uma penitenciária provisória para mães, passa os dias ajudando mulheres no serviço de parto e cuidados com os rebentos. Durante uma Copa do Mundo vê a chance de organizar uma fuga com suas colegas. Inspirada num caso ocorrido em 2009, quando nove mulheres fugiram com bebês no colo pelo portão da frente do Centro de Progressão Penitenciária, em São Paulo.

Dia 21/3. Sexta. 20h.

Teatro. R$15,00 / R$25,00 / R$50,00. 12 anos.

Ingressos à venda pelo app Credencial Sesc SP ou pela bilheteria da unidade. 

Oficina: Dramaturgias de Fronteira

Com Érika Cunha, atriz e pesquisadora do Grupo Matula Teatro

Inspirada no processo de criação de Exilius (espetáculo do grupo), a oficina trabalha a construção de cenas na fronteira entre ficção e realidade. Do cotidiano surge o impulso criativo que será devolvido em forma de poesia, de teatro, partindo do que chamamos de ‘real’: um fato recente acontecido na cidade, uma notícia de jornal, uma história familiar entre outros.

Dias 22, 23, 29 e 30/3. Sábados e domingos. 13h às 18h.

Sala Corpo e Arte. R$6,00 / R$10,00 / R$20,00. 16 anos.

Inscrições limitadas pelo app Credencial Sesc SP ou pela Central de Relacionamento Digital (centralderelacionamento.sescsp.org.br) a partir das 14h do dia 6/3 e 7/3 (demais interessados).

Exibição e Bate-Papo: Cartas Para Angola

(Direção: Coraci Ruiz e Julio Matos | 2012 | Brasil | documentário | 75 min)

Após a exibição, bate-papo com os diretores. Brasil e Angola são duas margens do Atlântico que possuem a mesma língua, um passado colonial em comum e muitas histórias compartilhadas. Neste filme, pessoas separadas por um oceano trocam correspondências – alguns são amigos de longa data, outros nunca se viram. Suas histórias se entrecruzam e contam sobre fluxos de migração, saudade, pertencimento, guerra, preconceitos, exílio e distâncias.

Dia 25/3. Terça. 19h.

Teatro. Grátis. Livre.

Retirada de ingressos limitados, na Loja Sesc, a partir de duas horas antes do início da atividade.

Oficina: Bordado Palestino

Com Rahaf Hussein (Palestina) e Ponto Zero do Refúgio

Conhecida por simbolizar a história e a cultura do povo árabe, a técnica do bordado é passada de geração em geração entre as mulheres da região. A atividade apresentará ao público a história e os conceitos básicos do bordado palestino e iniciará os participantes na prática por meio da construção de um projeto coletivo.

Dias 26/3, 2, 9, 16, 23 e 30/4. Quartas. 10h às 12h.

Espaço de Tecnologias e Artes. Grátis. 16 anos.

Inscrições limitadas pelo app Credencial Sesc SP ou pela Central de Relacionamento Digital (centralderelacionamento.sescsp.org.br) a partir das 14h do dia 19/3 e 21/3 (demais interessados).

Espetáculo de Teatro: Como se Fosse

Com o Grupo Matula Teatro

Duas mulheres, separadas por dezoito anos. Uma conversa com a filha, menina que brinca entre as costuras da mãe. A outra está à espera de alguém, enquanto isso ensaia as palavras que serão ditas. Dos silêncios emerge uma história que alterna divergência e carinho, palavras rudes e atos de amor em uma espiral na qual a intensidade da violência vai lentamente galgando patamares mais altos. Atuação: Alice Possani e Erika Cunha; direção: Verônica Fabrini; dramaturgia: a partir do texto de Gracia Morales.

Dia 28/3. Sexta. 20h.

Teatro. R$15,00 / R$25,00 / R$50,00. 16 anos.

Ingressos à venda pelo app Credencial Sesc SP ou pela bilheteria da unidade. 

Instalação Interativa: Caminhando Em Seus Sapatos

Com Museu da Empatia

Dentro de uma caixa de sapatos gigante, o público encontra uma coleção de diferentes sapatos e de histórias que abordam nossa diversidade e nosso pertencimento comum à humanidade. Ao escolher um par de sapatos, o visitante pode calçá-los e caminhar pelo espaço enquanto ouve pelo fone de ouvidos a história da pessoa à qual eles pertenceram.

Dia 29/3. Sábado. 12h30.

Jardim do Galpão. Grátis. Livre.

Inscrições limitadas no local, a partir dos 30 minutos que antecedem a atividade

Show: Orquestra dos Músicos das Ruas

Fiado Só Amanhã!

Criado em 2005 pelo músico Lívio Tragtenberg, o grupo é composto por músicos de rua e músicos migrantes e imigrantes que representam suas culturas com seus instrumentos e tradições. Em 2007 lançou Neurópolis (Selo Sesc) e agora apresenta o show musical Fiado Só Amanhã! com 10 músicas autorais inéditas influenciadas pelas correntes migratórias de São Paulo com os sírios, haitianos e africanos.

Dia 29/3. Sábado. 16h.

Espaço Arena. Grátis. Livre

Atividade aberta, sem retirada de ingressos, mediante a capacidade do local.

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