Um advogado de Americana, Renan Farah, que defende os suspeitos de quatro homicídios no Paraná, alega ter recebido ameaças de morte.
O caso, ocorrido em Icaraíma (PR), no início de agosto, envolve seus clientes, o empresário Antonio Buscariollo, de 66 anos, e seu filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22.
Prisão temporária decretada
Apesar de os corpos das supostas vítimas ainda não terem sido localizados, a Justiça decretou a prisão temporária dos dois investigados.
Eles são apontados no desaparecimento de Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza. Este último, de acordo com a defesa, teria uma dívida com os suspeitos.
Versão da defesa
Segundo o advogado, a dívida está relacionada a uma negociação de fazenda.
“Meu cliente vendeu uma fazenda para Alencar, que não conseguiu pagar e acabou desfazendo o negócio. Mas afirmou que queria R$ 100 mil pelas benfeitorias que foram feitas na propriedade. Meus clientes entenderam que R$ 15 mil estaria bem pago. Eles chegaram a ir até a fazenda dos meus clientes no dia 5 de agosto e depois não os viram mais”, afirmou Farah.
A TV TODODIA teve acesso a um áudio que teria sido enviado aos clientes do advogado. Farah acrescentou que, independentemente de acharem que seus clientes têm culpa ou não, todos têm direito à defesa.

Nota de repúdio da OAB
A subseção da OAB de Americana divulgou nota de repúdio às ameaças sofridas pelo advogado.
No comunicado, a entidade afirmou: “A advocacia, definitivamente, não se curva diante de intimidações. Defender o advogado é defender a própria sociedade, pois o livre exercício da profissão constitui garantia fundamental para a proteção dos direitos e liberdades de absolutamente todo cidadão.”
O advogado Dinael de Souza Machado Júnior, presidente da Comissão de Direito Penal e integrante da Comissão da Prerrogativa da OAB, destacou que a instituição acompanha o caso:
“Assim que soubemos do ocorrido, entramos em contato com a Seccional do Paraná e estamos acompanhando tudo de perto”, disse.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a advogada que representa as famílias das vítimas, mas não obteve resposta.