
Membros da família Bandini acompanharam, nesta quinta-feira (18), a reconstituição da morte do empresário Renato Bandini, de 42 anos, que foi encontrado sem vida na noite de 15 de dezembro de 2024, na sacada do salão de festas, após cair da janela do apartamento do quinto andar onde residia, no Jardim Paulista, em Americana.
Após o trabalho realizado pela Polícia Civil de Americana, Gustavo Bandini, irmão de Renato, fez um pronunciamento. “É um momento que acaba mexendo muito conosco, com a família. Eu queria agradecer a presença de cada um de vocês (imprensa). Isso, para mim, é muito importante. Acredito muito no trabalho dos bons profissionais que vieram hoje aqui, o delegado, os peritos, os investigadores fizeram um trabalho excelente, e acredito que todas as dúvidas e, se houver contradições, logo, imediatamente, eles vão estar expondo para a gente”, disse.
Nova fase de investigação
O caso ganhou grande repercussão na cidade e agora passa por uma nova fase de investigação. Conforme os autos, a morte de Renato foi inicialmente tratada como suicídio. No entanto, segundo a defesa, ao longo da apuração surgiram contradições em depoimentos e nos elementos colhidos. Diante das dúvidas, foram solicitadas novas diligências para o completo esclarecimento do caso.
“Essa parte do processo é muito importante. É uma perícia técnica, ela visa esclarecer todos os pontos da investigação e essa foi mais uma fase que a gente julga importante. A família busca esgotar todos os meios para poder elucidar a verdade dos fatos”, afirmou o advogado Ederson Fernando Rodrigues, responsável pela defesa da família.
O inquérito é conduzido pela Polícia Civil, sob responsabilidade do delegado Dr. Lúcio Antônio Petrocelli, com o acompanhamento e controle externo do Ministério Público, que, ao término da investigação, analisará a existência de elementos para eventual oferecimento de denúncia. A expectativa é de que a reconstituição permita um avanço decisivo no esclarecimento técnico do caso.
Após os trabalhos, o delegado ressaltou a importância dessa fase da investigação. “Isso é mais para robustecer o processo que está em andamento e é de conhecimento do Judiciário e do Ministério Público. Agora a gente vai aguardar a finalização dos laudos para encaminhar tudo ao Poder Judiciário”, disse Petrocelli, que informou que o laudo deve ser efetivado entre 30 e 40 dias.

A reconstituição
A reconstituição foi realizada para simular os fatos ocorridos no dia da morte. A esposa de Renato Bandini, Thalita Vieira Bandini, era a única pessoa que estava no apartamento com o marido no momento do ocorrido e refez todos os passos daquele dia.
Além da esposa da vítima, duas primas e um primo de Renato, que estiveram no local após a queda, também participaram da reconstituição. Um vizinho, que ouviu o barulho do impacto e foi até o corpo de Renato, também foi ouvido.
Advogados da família Bandini e de Thalita acompanharam a ação. Segundo o advogado Ederson Fernando Rodrigues, um amigo do casal, que foi chamado por Thalita após a queda de Renato, também deveria ter participado da reconstituição, mas não compareceu.
Em depoimento que consta no inquérito policial, Thalita afirmou que, um dia antes da morte, Renato havia consumido remédios para dormir. No domingo, dia do ocorrido, ele dormiu durante a tarde e foi acordado pela esposa para tomar banho. Segundo o relato, ela retirou a roupa do marido e, em seguida, foi em direção à cozinha, quando ouviu um barulho. Inicialmente, imaginou que Renato tivesse caído no quarto, mas depois percebeu que ele havia caído pela janela, quando outras pessoas se deslocaram com lanternas até onde estava o corpo.
O advogado Avelino Alves, que faz parte da defesa de Thalita, disse que a reconstituição representa a confirmação do conteúdo que está no inquérito. “Tudo o que foi falado, por várias pessoas, foi confirmado pelas pessoas presentes, delegado de polícia, perícia. Tudo foi confirmado, não houve nenhuma contradição”, declarou.
Investigações do caso prosseguem
Arquivos de celular, com mais de 50 GB, também passam por perícia e podem contribuir para os trabalhos de investigação. Um ano e três dias após a morte de Renato Bandini, as diligências seguem em andamento para esclarecimento dos fatos, e ainda não há prazo para conclusão. Até o momento, não há nenhuma acusação, e ninguém foi preso.





