sexta-feira, 19 abril 2024

Atirador mata 4 na missa, se suicida e choca Campinas

Quatro homens foram mortos e outras quatro pessoas foram feridas a tiros na Catedral Metropolitana de Campinas, no Centro da cidade, no início da tarde de ontem (11). O atirador, identificado como Euler Fernando Grandolpho, 49, entrou na igreja, sentou-se entre os fiéis e passou a disparar ao final da missa.

Atingidos pelo atirador, José Eudes Gonzaga Ferreira, 68, Eupidio Alves Coutinho, 67, Sidnei Vitor Monteiro, 39, e Cristofer Gonçalves dos Santos, 38, não resistiram aos ferimentos e morreram no local. Os corpos foram retirados da igreja e levados para o IML (Instituto Médico Legal).

Corpo de uma das vítimas coberto na porta da igreja, diante de policiais e equipes de resgate. Foto: Denny Cesare/Código 19/Folhapress

Outras quatro pessoas foram baleadas e socorridas pelo Corpo de Bombeiros e pelos médicos do Samu. Os bombeiros informaram que parte dos sobreviventes passou por cirurgia para a retirada dos projéteis. O estado de saúde não foi divulgado.

José Eudes estava na missa com a mulher, Maria de Fátima. Eles estavam sentados atrás do atirador e foram os primeiros a serem alvejados. Ela tomou um tiro na coxa e passava bem. Ele morreu na hora. “Eles são muito devotos, vivem na missa”, conta o filho, Douglas Ferreira, 38.

 
SUICÍDIO
Segundo a PM (Polícia Militar), o atirador se matou após ter sido alvejado por policiais que invadiram a Catedral logo após o início do tiroteio. O atirador portava uma pistola 9 mm e mais um revólver – as duas armas com numerações raspadas. A motivação do ataque ainda é desconhecida. Euler não tinha passagem pela polícia.

O atirador se matou no altar da Catedral Metropolitana. Foto: Reprodução

Os tiros foram disparados após a missa das 12h15. A PM diz ter registrado um chamado pelo 190 às 13h25. Uma câmera do circuito interno da catedral mostra ação do atirador.

No vídeo, postado no site do TODODIA, ele de repente se levanta e passa a disparar contra um grupo de pessoas sentada atrás dele. O atirador em seguida caminha para a frente da igreja e começa a disparar contra policiais que entraram na catedral para rendê-lo.

O atirador ainda teve tempo de trocar o pente da pistola até ser atingido no tórax. Caído, disparou contra a própria cabeça. Ele ainda tinha 28 balas em pentes na mochila.

“Os policiais que estavam na praça ouviram os disparos, viram pessoas correndo e iniciaram o deslocamento para o interior da igreja. Encontraram o sujeito fazendo disparos. Ele disparou em direção aos policiais. Foi revidado e um dos tiros atingiu a lateral do corpo. Ele caiu e atirou contra a própria cabeça. Foi muito rápido”, disse o Major Adriano Leão, comandante do 8º Batalhão da PM.

MEDO E COMOÇÃO
A assistente-administrativo Luciana de Oliveira, 36, disse ter ouvido um grande número de disparos, quando passava perto do templo. “Ouvimos muitos tiros e as pessoas gritando, chorando. Vimos o homem baleado no peito saindo de maca. Foi horrível”.

O entorno da igreja estava cheio no momento do crime.

Foto: Francisco Lima Neto

Entre os feridos estão Heleno Severo Alves, de 84 anos, atingido no tórax e abdômen, que passou por cirurgia; e Jandira Prado Monteiro, 65, com lesão no tórax e mão direita, além de fratura na clavícula. Eles foram levados ao Hospital Mário Gatti.

Uma terceira pessoa foi para o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp, que não confirmou o nome da vítima e nem o estado de saúde dela. O Hospital Beneficência Portuguesa confirmou que atendeu um homem de 64 anos, que recebeu tiros de raspão nos dois braços. Ele foi liberado e passa bem.

“A intenção era atirar. Ele já atirou ‘fatalizando’ as pessoas. Não tinha nenhum motivo específico que não fosse a loucura dele”, disse o secretário municipal de Segurança de Campinas, Luiz Augusto Baggio.

O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), decretou luto oficial de três dias ontem.

O ataque ocorreu em meio ao debate sobre a ampliação do porte e da posse de armas no país, bandeira do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

Por meio de sua conta no Twitter, Bolsonaro afirmou nesta terça-feira: “Estamos acompanhando a apuração das autoridades sobre o crime bárbaro cometido hoje na Catedral Metropolitana de Campinas, em São Paulo. Nossos votos de solidariedade às vítimas dessa tragédia e aos familiares”.

Com texto de Francisco Lima Neto

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