
O Tribunal do Júri de Piracicaba condenou, na madrugada desta quinta-feira (20), os três acusados de envolvimento no homicídio da ex-vereadora Madalena Leite. O crime ocorreu em 7 de abril de 2021 e marcou a cidade pela violência e pelas circunstâncias que cercaram o caso.
Depois de um julgamento que se estendeu por mais de 15 horas, o Conselho de Sentença reconheceu duas qualificadoras: motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima.
As penas
A mulher apontada como mentora do crime foi condenada a 32 anos de prisão. O homem com quem ela teria mantido um relacionamento afetivo também recebeu 32 anos. Já o acusado de desferir os golpes fatais de facão na cabeça de Madalena foi condenado a 36 anos de prisão.
A defesa dos três anunciou que vai recorrer da decisão, afirmando não haver provas suficientes para sustentar as condenações.
Como foi o crime
O corpo de Madalena foi encontrado por um vizinho por volta das 12h30 daquele 7 de abril, com ferimentos causados por golpes de facão. Segundo a investigação policial, a acusada teria informado falsamente aos outros dois homens que havia cerca de R$ 60 mil na residência da vítima. Uma disputa por liderança comunitária seria o possível motivador.

As apurações apontaram que Madalena foi chamada ao portão pela acusada durante a madrugada. Ao atender, teria sido imobilizada por um dos homens, enquanto o terceiro vasculhava a casa em busca do dinheiro. A vítima tentou se soltar, mas foi atacada com vários golpes na cabeça.
No dia 10 de abril de 2021, os três foram presos. Com eles, a polícia apreendeu 92 porções de cocaína, R$ 430 e objetos pertencentes à vítima, como uma gravata, um molho de chaves e um lenço, reconhecidos pela família.
Negativas e repercussão
Durante o julgamento, os três acusados negaram participação. A principal acusada afirmou ter sido coagida a assinar uma confissão e disse que estava fazendo faxina em casa quando o crime ocorreu. O segundo homem negou conhecer detalhes do homicídio e também negou o suposto vínculo afetivo. O terceiro declarou não ter estado no local.
Familiares, amigos e moradores acompanharam o julgamento, pedindo justiça e destacando a trajetória de Madalena, primeira travesti eleita vereadora em Piracicaba, em 2012, pelo PSDB, com mais de três mil votos.





