sexta-feira, 12 dezembro 2025
LATROCÍNIO

Corpo de motorista de aplicativo que estava desaparecido é encontrado em lago de Campinas; dois foram detidos pelo crime

Investigação aponta que dupla detida participou do crime após corrida de aplicativo; outros dois suspeitos seguem procurados
Por
Guilherme Pierangeli
Cartão da vítima foi utilizado pelos criminosos após o assalto. Foto: Reprodução/Polícia Civil

O corpo localizado quinta-feira (11) em um lago próximo ao km 68,1 da Rodovia Santos Dumont, na região do bairro Cidade Singer, em Campinas, foi identificado como o do motorista de aplicativo Espedito Junior de Oliveira, de 65 anos, desaparecido desde 5 de dezembro.

A Polícia Civil informou que um adulto foi preso e um adolescente apreendido pelos crimes relacionados ao caso, inicialmente tratado como homicídio e posteriormente enquadrado como latrocínio após apuração da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (1ª DIG) do Deic Campinas.

A vítima estava com pés e mãos amarrados e apresentava ferimentos na cabeça. O Corpo de Bombeiros retirou o corpo da água e a perícia recolheu cordas usadas na amarração. A identificação ocorreu no Instituto Médico Legal após reconhecimento familiar.

Uso do cartão e tentativa de roubo direcionaram a investigação
As investigações mostraram que Espedito foi rendido após atender uma corrida de aplicativo. O cartão bancário dele foi utilizado em dois estabelecimentos na região do Campo Belo, e seu veículo apareceu em imagens de uma tentativa de roubo em Indaiatuba ocorrida na mesma madrugada. A Polícia Civil apurou que o motorista foi golpeado com um martelo, amarrado e lançado na lagoa localizada próximo à Cidade Singer.

Segundo a corporação, outros dois suspeitos já foram identificados e tiveram prisão preventiva representada, sendo considerados foragidos.

Delegados Marcel Fehr (esq) e Luiz Fernando Oliveira (dir) da DIG de Campinas. Foto: Guilherme Pierangeli/TV TODODIA

Delegados explicam estrutura criminosa e dinâmica do crime
O delegado Marcel Fehr, da DIG Campinas, afirmou que o caso está vinculado à atuação de um grupo organizado voltado a crimes patrimoniais: “É um crime de latrocínio, o crime principal, mas praticado por uma associação criminosa que cooptava adolescentes para a prática dessas infrações, que são roubos e, nesse caso, um roubo seguido de morte”.

Ele destacou que as diligências começaram logo após o registro do desaparecimento e avançaram com identificação e captura dos envolvidos: “As investigações prosseguem para a captura dos outros indivíduos que participaram dessa ação e a responsabilização deles pela prática dos outros crimes”.

O delegado Luiz Fernando Oliveira detalhou como a utilização do cartão da vítima permitiu identificar suspeitos. Segundo ele: “Dois estabelecimentos foram identificados como locais em que o cartão bancário da vítima havia sido utilizado após o desaparecimento, e com as imagens foi possível ver que quem utilizava não era a vítima”.

Oliveira também explicou o que surgiu durante o interrogatório: “Foi relatado que a vítima estava de mãos atadas, havia sofrido um golpe na cabeça com um instrumento contundente e que, antes de ser jogada na lagoa, ainda foram desferidos golpes de faca, exatamente como o corpo foi encontrado”.

Polícia aguarda laudos e busca os demais envolvidos
A Polícia Civil segue aguardando laudos periciais e mantém diligências para localizar os dois suspeitos identificados e ainda não detidos. A investigação também tenta esclarecer a participação do grupo em outros crimes contra o patrimônio e em ocorrências envolvendo adolescentes.

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