A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba completa 37 anos nesta quarta-feira (12), consolidando sua atuação no combate à violência doméstica e sexual. A data é marcada por um aumento de 21,66% nas prisões de agressores em 2025, resultado do fortalecimento das ações de repressão e proteção às vítimas.
Entre janeiro e outubro deste ano, a DDM registrou 73 prisões em flagrante de homens que descumpriram medidas protetivas ou praticaram outros crimes de violência contra a mulher — número superior ao total de 60 prisões efetuadas durante todo o ano de 2024.
Descumprimento de medidas acelera prisões
De acordo com a delegada titular, Olívia dos Santos Fonseca, o aumento das prisões está diretamente ligado ao descumprimento das medidas protetivas. “Os homens que têm um pouco mais de consciência do que é responder a um processo judicial geralmente param com uma ordem judicial. Param de importunar, de ofender ou agredir essa mulher. E, em caso de descumprimento, o pedido da medida também acelera a prisão”, explicou.
A delegada destacou ainda que o trabalho conjunto com o Judiciário e com a Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Metropolitana tem sido fundamental para o rápido cumprimento das ordens judiciais.

Atendimento especializado e humanizado
A DDM de Piracicaba atua com base no decreto de 2020, que especializou essas delegacias no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica (Lei Maria da Penha) e crimes sexuais. O foco da unidade é acolher e investigar crimes cometidos contra mulheres “por serem mulheres”.
“Nós registramos especificamente essas violências que as mulheres sofrem por serem mulheres. Dos mais variados e fúteis motivos, como a roupa que ela está usando, a casa que não limpou, as pessoas com quem está conversando, o trabalho que exerce ou a janta que não foi feita. São violências que refletem o controle machista sobre a vida da vítima, e é nesse tipo de caso que a DDM intervém”, afirmou Olívia.
Atendimento 24 horas facilita denúncias
A delegada também ressaltou a importância do funcionamento da DDM 24 horas em Piracicaba, o que facilita o registro de ocorrências e pedidos de medidas protetivas em qualquer horário. “Esse atendimento contínuo tem impacto direto no número de prisões, pois agiliza a resposta às denúncias e o acolhimento das vítimas”, disse.
Apesar dos avanços, Olívia destacou que a procura pela DDM ainda ocorre, na maioria das vezes, após o crime já ter acontecido. Por isso, reforçou a importância da integração com outros setores da sociedade na criação e execução de políticas públicas de prevenção à violência contra a mulher.





