A Polícia Civil deflagrou na terça-feira (12) uma operação contra um esquema de fraude envolvendo falsos concursos públicos, a partir de investigações que começaram em Campinas e Francisco Morato. Dois homens foram detidos na ação.
Investigação
Segundo a apuração, o grupo criava empresas de fachada que simulavam vínculos com órgãos públicos ou entidades reconhecidas, divulgando editais falsos e oferecendo vagas inexistentes. Para participar dos supostos processos seletivos, as vítimas eram induzidas a pagar taxas de inscrição que variavam conforme o cargo anunciado.
Os pagamentos eram realizados por transferência bancária ou por meio de maquininhas de cartão, com a promessa de convocação rápida e estabilidade no serviço público. Após o depósito, no entanto, não havia retorno ou andamento real da seleção.
A Polícia afirma que ao menos 640 pessoas foram lesadas pelos golpistas.
As investigações apontam que as empresas utilizadas no golpe tinham registro formal e endereço fiscal na capital paulista, mas a atuação da quadrilha se estendia para outras cidades, com anúncios publicados em redes sociais e sites que simulavam portais oficiais de concursos.
Central clandestina de TV por assinatura
Durante as diligências, os policiais localizaram, no endereço que funcionava como sede e domicílio fiscal das empresas de fachada, uma central clandestina de TV por assinatura. No local, eram utilizados equipamentos para captar e redistribuir sinais de TV por assinatura sem autorização das operadoras. Também havia a gravação do conteúdo, que era posteriormente disponibilizado para venda em plataformas de streaming não autorizadas.
Foram apreendidas cerca de 20 máquinas de cartão, utilizadas tanto para receber pagamentos dos serviços ilegais de TV quanto para as taxas cobradas nos concursos falsos.
Os dois homens detidos foram autuados por associação criminosa e crime contra as telecomunicações no 42º Distrito Policial (Parque São Lucas), responsável pela investigação. A polícia apura se outros integrantes do grupo atuavam em diferentes pontos do estado e se há novas vítimas a serem identificadas.
