
A megaoperação realizada no final de outubro pelas polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, resultou na apreensão de 93 fuzis de alta precisão. As investigações indicam que parte desse armamento pode ter ligação direta com uma fábrica clandestina em Santa Bárbara d’Oeste, desmantelada em agosto deste ano. VEJA IMAGENS EM VÍDEO.
Organização
Segundo a Polícia Federal, muitas das armas apreendidas no Rio, especialmente fuzis AR-15 calibre 5.56, foram produzidas em ambiente profissional, com equipamentos industriais de alta precisão. O modelo é idêntico ao encontrado na fábrica clandestina de Santa Bárbara d’Oeste. Estima-se que a linha de produção tivesse capacidade para fabricar até 3.500 fuzis por ano, número suficiente para abastecer grandes organizações criminosas.
Esquema com fachada de empresa aeronáutica
A investigação federal revelou que a fachada do esquema era o CNPJ de uma empresa de peças aeronáuticas registrada em nome do piloto Gabriel Carvalho Belchior, atualmente foragido e procurado pela Interpol. Segundo informações do Fantástico, da Rede Globo, ele teria enviado fuzis desmontados dos Estados Unidos, escondidos em caixas de piscinas infláveis e outros produtos. Parte do material foi interceptada pela Receita Federal em agosto.

Conexão com o Comando Vermelho
Mensagens obtidas no celular de Rafael Xavier do Nascimento, preso em flagrante com 13 fuzis na Via Dutra, indicam trocas com Silas Diniz Carvalho, apontado como responsável pela distribuição das armas para o Comando Vermelho no Rio. Ambos estão presos.
Início da operação
O esquema começou a ser descoberto em 20 de agosto, quando o 10º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) abordou dois veículos suspeitos no bairro Novo Mundo, em Americana. Dentro dos carros, foram encontradas peças de armamentos e informações que levaram a um depósito com componentes suficientes para montar cerca de 80 fuzis.
Fábrica clandestina em Santa Bárbara d’Oeste
Posteriormente, a Polícia Federal localizou um galpão em Santa Bárbara d’Oeste que funcionava como fábrica clandestina.
No local, foram apreendidos tornos, moldes e fresadoras utilizados na produção ilegal de armamentos. A perícia segue em andamento para confirmar se parte das peças apreendidas na nossa região está entre as armas encontradas no Rio de Janeiro durante a megaoperação.





