A Polícia Civil investiga a rebelião registrada na segunda-feira (24) na Penitenciária 3 de Hortolândia. De acordo com o boletim de ocorrência, 34 detentos foram identificados por participação direta no tumulto, que incluiu destruição de estruturas internas e queima de colchões. Eles devem responder por motim e danos, além de terem o cumprimento de pena agravado. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que seis presos tiveram escoriações leves, sem necessidade de atendimento médico externo.
Crise começou após apreensão de bebida artesanal
No boletim, dois agentes penitenciários relataram que a tensão teve início na noite anterior, depois que servidores apreenderam uma bebida alcoólica artesanal produzida pelos próprios detentos, conhecida como “Maria Louca”. O material teria sido recolhido durante ronda interna, o que desencadeou insatisfação em parte dos presos.
Temporal e queda de energia agravaram o cenário
Durante o temporal que atingiu a região, houve queda de energia elétrica na unidade. A situação foi usada por um dos presos, já identificado, para iniciar o tumulto. Ele foi retirado para a cela disciplinar, mas a ação não conteve o movimento.
Em seguida, outro detento assumiu o comando da rebelião, ameaçando “virar a cadeia”. Antes de ser conduzido ao castigo, segundo relato dos agentes, ele afirmou que, caso não retornasse, “tudo aquilo ali cairia”, o que marcou o início da fase mais intensa da confusão.

Fogo, barricadas e destruição
Os presos passaram a quebrar grades, arremessar objetos e incendiar colchões, formando barricadas dentro do presídio. O Sindpenal (Sindicato dos Policiais Penais do Estado de São Paulo) afirmou que houve grande tensão e que os agentes trabalharam para conter o avanço do tumulto.
Em nota, a SAP informou que a rebelião foi controlada por equipes da Célula de Intervenção Rápida (CIR) e que os envolvidos serão transferidos para outras unidades prisionais do Estado.
A Polícia Civil requisitou perícia ao Instituto de Criminalística para avaliação dos danos e continuidade da investigação.





