A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (8) uma operação para desmantelar uma organização criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas que utilizava voos comerciais com chegada no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.
Foram expedidos pela Justiça quatro mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão para cidades do Mato Grosso do Sul: três prisões e quatro buscas em Corumbá, e uma prisão e duas buscas na capital do estado, Campo Grande.
Também foi autorizado o bloqueio de bens dos envolvidos e o uso de tornozeleiras eletrônicas para investigados que não tiveram prisão decretada.
Investigação teve início com abordagem rodoviária
As investigações tiveram como ponto de partida uma abordagem feita por policiais rodoviários em Jaú (SP). Um ônibus que vinha de Campo Grande (MS) e seguia para o Rio de Janeiro (RJ) foi parado, e durante a inspeção foi constatado que uma passageira estava com duas etiquetas de bagagens de um voo da Azul que partiu de Corumbá (MS) com destino a Viracopos, em 24 de março de 2024. Ela informou aos policias que havia abandonado as malas em Campinas, mas sem informar o motivo.
As investigações da PF constataram que as bagagens, ao serem inspecionadas, continham 26 quilos de maconha e 2 quilos de cocaína.
A partir desse material, foi identificada uma associação criminosa especializada em ocultar entorpecentes em compartimentos disfarçados e utilizar rotas aéreas entre a Bolívia e o Brasil para o transporte da droga.
Estrutura criminosa e uso de tecnologia
Durante a apuração, a PF identificou que o grupo utilizava contas bancárias e ferramentas digitais, como chaves PIX e cartões em nome de terceiros, para movimentar valores e disfarçar operações financeiras. Aplicativos de mensagens cifradas também foram usados para dificultar a atuação das autoridades.
Apreensões
O material apreendido será periciado na Delegacia da Polícia Federal em Campinas. Os suspeitos devem responder pelos crimes de tráfico internacional e associação para o tráfico, cujas penas podem ultrapassar 35 anos de reclusão.
Operaçao Tramesa
O nome da operação, “Tramesa”, é uma junção da palavra latina trames (atalho, rota) com “mesa”, fazendo alusão à rede logística estruturada para o envio das drogas até o aeroporto de Campinas.
