
Uma operação que mira um esquema milionário de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas feito pelo PCC está sendo realizada nesta quinta-feira (30) em Campinas, Arthur Nogueira e Mogi Guaçu. O esquema é operado por empresários, agiotas, influenciadores e integrantes do PCC. Foram expedidos nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão. A operação acontece com base em investigações do Gaeco do Ministério Público, e conta com o apoio do Baep para o cumprimento dos mandados.
Mandados e confronto
Durante o cumprimento das ordens judiciais, houve confronto armado em Campinas. Um dos suspeitos morreu no local e um sargento do Baep foi baleado, sendo socorrido ao Hospital de Clínicas da Unicamp, onde permanece fora de perigo. Até o fim da manhã, três pessoas haviam sido presas, entre elas um homem conhecido como “Diabo Loiro”, apontado como liderança da facção e envolvido em ataques a forças de segurança.
Alvos entre empresários e traficantes
A investigação identificou que o grupo era chefiado por dois dos criminosos mais procurados do país: Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão” ou “2X”, e Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, ambos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e foragidos há anos. Eles utilizavam empresas e transações imobiliárias para misturar o dinheiro do tráfico com recursos de origem legal, dificultando o rastreamento.
Bloqueios e bens apreendidos
A Justiça autorizou o bloqueio de 12 imóveis de alto padrão em condomínios de luxo como Alphaville, Entreverdes, Jatibela e Swiss Park, além do congelamento de valores em contas bancárias. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de Campinas, sob responsabilidade do juiz Caio Ventosa Chaves.
Desdobramento de outras operações
A Off White é um desdobramento direto das operações Linha Vermelha e Pronta Resposta, realizadas em agosto, que frustraram um plano do PCC para assassinar o promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, em Campinas. A análise do material apreendido nessas ações revelou novos esquemas de lavagem de dinheiro conectando traficantes e empresários.
Esquema de lavagem identificado
Segundo o Gaeco, o grupo operava há anos movimentando grandes quantias em dinheiro obtido com o tráfico, disfarçadas em negócios legais. O objetivo era ocultar a origem criminosa dos valores e proteger os verdadeiros beneficiários. Em determinado momento, divergências internas levaram os membros a realizar múltiplas transações imobiliárias e financeiras para espalhar o patrimônio e dificultar a investigação — o que acabou expondo o esquema.
Apreensões e continuidade das investigações
Foram apreendidos documentos, computadores e celulares que serão analisados pelos promotores. O Gaeco e o Baep afirmam que a operação segue em andamento para identificar novas ramificações e cúmplices do grupo. O Ministério Público confirmou que os alvos atuavam tanto no interior paulista quanto em outros estados, ampliando o alcance da organização.





