
Policiais do 48º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I) flagraram, em Hortolândia, um imóvel que funcionava como estufa para o cultivo de cerca de 100 pés de maconha de alta qualidade, cujo grama pode chegar a custar R$ 50,00 — aproximadamente cinco vezes mais cara que a cannabis comum.
O homem responsável pelo plantio foi preso em flagrante e deve responder por tráfico de drogas. O valor total da produção, incluindo insumos e equipamentos, foi estimado em R$ 500 mil.
A ocorrência aconteceu na tarde do último sábado (25), no Jardim São Sebastião, e revelou um esquema de produção altamente profissional. Segundo a Polícia Militar, tudo começou após uma denúncia anônima feita ao Disque Denúncia 181.
Ao menos 12 equipes — entre elas, agentes da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) — se deslocaram até o endereço indicado. No local, o proprietário do imóvel autorizou a entrada da equipe e indicou os cômodos utilizados como estufas para o cultivo da droga.

Ambiente controlado
O cultivo acontecia em dois imóveis de alvenaria no mesmo terreno – um cômodo no quintal e um quarto no interior da casa.
As plantas eram cultivadas em ambientes fechados com temperatura e umidade controlados, em vasos e jardineiras, com irrigação aérea e iluminação de LED.
Até mesmo um sistema de ar-condicionado e exaustão funcionava no local. No quintal, havia diversas outras plantas em vasos, como cactos e árvores frutíferas.
Além das 100 plantas de maconha em diversos estágios de crescimento, foram apreendidos 77 frascos contendo sementes e 813 gramas de flor de maconha pronta para o consumo. Somente estas flores foram avaliadas em R$ 40 mil.
Foi apreendida também uma grande variedade de equipamentos para cultivo e comercialização do produto, incluindo duas balanças de precisão, dois medidores de pH e uma máquina para embalagem a vácuo.
A Polícia Civil foi acionada pela PM, e o delegado responsável pela área acionou a presença da Polícia Científica, para a realização de uma perícia completa no local.

Usou dinheiro da rescisão
O suspeito contou que saiu de seu emprego anterior em fevereiro e utilizou o dinheiro da rescisão para começar o plantio. Explicou ainda que fazia em sua casa “cruzamentos genéticos” com o intuito de aprimorar a qualidade das plantas de canabis.
Durante a conversa com os policiais militares, o homem afirmou que já estuda a “genética” das canabis há cerca de cinco anos, e que a cultiva há um ano e meio. Tanto que os frascos de sementes estavam identificados de forma individual.
“(O suspeito), afirmou que agora possui o mapeamento genético das plantas que produzia, sendo possível dessa forma reforçar ou suprimir características específicas”, informou a PM em nota.
O indivíduo foi conduzido ao Plantão Policial de Hortolândia, onde o delegado manteve sua prisão em flagrante por tráfico. Ele permaneceu detido, à disposição da Justiça para sua audiência de custódia.





