
A Polícia Civil fechou um bingo clandestino que operava no Centro de Campinas, na noite de terça-feira (11). O local, situado na Rua Barão de Jaguara, foi descoberto após denúncia repassada pelo Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), que informava a realização de jogos ilegais em um imóvel com fachada de evento beneficente.
Denúncia e flagrante
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais foram informados de que o estabelecimento divulgava a doação de alimentos, mas funcionava como uma casa de bingo, com a presença de um segurança armado para intimidar participantes. No interior do imóvel, as equipes encontraram 72 computadores, 19 impressoras de cartelas, uma central de jogos e R$ 621 em dinheiro, além de dezenas de apostadores.
Durante a vistoria, 78 jogadores foram identificados e liberados após o registro do flagrante. Já 16 pessoas que trabalhavam no local foram levadas à delegacia para prestar esclarecimentos.
Alegação de evento beneficente
A responsável pelo local afirmou que o espaço seria uma “casa de eventos” e que o bingo teria caráter beneficente, com cobrança simbólica de entrada de R$ 2,00 e destinação dos valores à compra de cestas básicas. Cestas teriam sido colocadas na entrada do imóvel como suposta comprovação.
Outros funcionários disseram ter sido contratados de forma temporária para atuar como recepcionistas, seguranças e vendedores de cartelas, alegando desconhecer o verdadeiro dono do espaço. Parte do grupo preferiu exercer o direito de permanecer em silêncio durante o interrogatório.
Local já abrigou bingo legalizado
O prédio, um casarão no Centro de Campinas, já abriu um bingo legalizado no início dos anos 2000, inclusive há na calçada em frente os dizeres “Bingo do Visconde”. Após o fechamento do bingo, um cartório funcionou por anos no prédio.
Apreensões e investigação
Todo o material eletrônico foi apreendido, e a perícia técnica esteve no local para recolher HDs e verificar o funcionamento das máquinas. O delegado responsável determinou a apuração dos crimes de jogo de azar (artigo 50 do Decreto-Lei 3.688/41) e possível estelionato, caso seja comprovado que os equipamentos estavam programados para impedir ganhos dos apostadores.
A Polícia Civil ainda apura quem seria o proprietário do imóvel e o responsável pela estrutura de jogos clandestinos.





