O Tribunal do Júri de Americana condenou o réu, Alexandre Cassiano Amorim a 21 anos de prisão por feminicídio por motivo torpe e ocultação de cadáver da companheira Raquel da Silva Cruz, de 39 anos. O julgamento ocorreu no Fórum da cidade.
O Ministério Público não vai recorrer na decisão, mas a defesa já pediu ao Tribunal de Justiça que seja realizado um novo julgamento.
Chip em cadela ajudou investigação
O corpo da vítima foi localizado em casa abandonada na Rua dos Cedros, Jardim São Paulo, em Americana, no dia 11 de julho de 2024. Na época, uma cadela que tinha chip ajudou a descobrir o nome do possível suspeito do crime.
O réu, Alexandre Cassiano Amorim, de 30 anos, que vivia em situação de rua, foi preso dias após a descoberta do corpo, em uma casa de acolhimento em Hortolândia e continua preso.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Americana apontou que a morte foi causada por traumatismo torácico, provocado por socos no abdômen que romperam órgãos internos.

O que diz a defesa?
O advogado do réu Jean Carlos de Lima disse que não ficou contente no resultado, pois não havia provas de envolvimento de seu cliente no crime.
De acordo com a polícia, os investigadores encontraram marcas de sangue no chão e uma cova rasa.
Para a defesa, tais cenários indicam que o assassinato tinha características de execuções do crime organizado, que não foram consideradas. Já que tanto o réu como a vítima tinham dívidas de drogas e estariam sendo cobrados pelos traficantes.
“Pelos indícios apurados há indícios que o crime foi realizado pelo tribunal de exceção (tribunal do crime). Havia uma cova rasa na casa, onde a Raquel foi encontrada. A vítima também teve as pontas dos dedos queimada e houve indícios também pelas agressões”, disse o advogado.
A advogada Fernanda Fachine, que também atuou na defesa disse que Alexandre vivia em situação de rua desde os 14 anos e acabou cedendo ao vício das drogas, mas não cometeu o crime contra a companheira, que também vivia nas ruas.