sexta-feira, 22 agosto 2025
SUMARÉ

Suspeito de atear fogo na companheira é preso; mãe da vítima relata histórico de agressões

Segundo o delegado Edson Antônio dos Santos, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sumaré, o suspeito confessou com riqueza de detalhes o crime
Por
Andressa Oliveira

O caso de tentativa de feminicídio que chocou Sumaré na última quarta-feira (20), quando Mariza Alves dos Santos, de 28 anos, deu entrada com queimaduras graves na UBS Jardim do Trevo, teve novos desdobramentos nesta quinta-feira (21). 

O suspeito, de 21 anos, foi localizado e preso no bairro Manchester, também em Sumaré, durante uma ação conjunta da Polícia Civil e Polícia Militar. Ele foi autuado em flagrante por tentativa de feminicídio.

Polícia Civil afirma que companheiro da vítima confessou o crime
Segundo o delegado Edson Antônio dos Santos, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sumaré, o suspeito confessou com riqueza de detalhes o crime, inclusive relatando que comprou gasolina em um posto próximo antes de atear fogo na companheira. “Ele não demonstrou arrependimento, e alegou ciúmes como motivação para o crime”, afirmou o delegado. O suspeito afirmou que o relacionamento com Mariza já estava em crise por alguns dias, e que a briga foi iniciada após uma suposta traição. Ainda segundo a autoridade, a vítima estava em processo de separação e já havia retirado parte de seus pertences da casa.

Tentou se esconder, mas acabou preso
A prisão aconteceu por volta das 13h50, na casa da ex-companheira do suspeito. De acordo com o delegado, ele foi encontrado escondido no banheiro, visivelmente nervoso, mas não resistiu à prisão. O jovem foi encaminhado à cadeia pública de Sumaré e, após a audiência de custódia, será transferido para o CDP de Americana. A pena prevista para o crime de feminicídio tentado varia de 20 a 40 anos.

Após uma discussão, ele teria jogado gasolina e ateado fogo na vítima, que correu desesperada em busca de ajuda. Foto: Reprodução/TV TodoDia

Relatos da família expõem histórico de violência
A mãe da vítima, Jucélia Alves, relatou que já havia percebido sinais de agressões anteriores, mas que Mariza negava. Segundo ela, o relacionamento era conturbado desde o início. “Domingo foi aniversário dela, e eu a vi com hematomas no rosto, nos braços, com um olho roxo. Ela disse que tinha terminado com ele, mas ele não aceitava”, contou. Jucélia também afirmou que chegou a oferecer ajuda para a filha sair do local: “Mandei mensagem dizendo que pagava um Uber, que era para ela ir embora. Mas ela estava exausta de subir e descer escada com as coisas.”

No relato à imprensa, a mãe detalhou o momento do ataque. Segundo ela, Mariza dormia quando foi acordada pelo agressor. Após uma discussão, ele teria jogado gasolina e ateado fogo na vítima, que desceu correndo desesperada em busca de ajuda. “Ela desceu com medo de que ele fizesse algo com as amigas que estavam com ela. Foi aí que ele jogou a gasolina e colocou fogo.”

A cunhada da vítima, Daiane Ribeiro, que a acompanhou durante o atendimento médico, descreveu a situação como crítica. Mariza sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus no tórax e nas pernas. Ela segue internada na UPA Macarenko, em observação médica, e aguarda transferência para uma unidade especializada em tratamento de queimados.

Investigação rápida e prisão em flagrante
O delegado ressaltou que, desde o momento em que o caso chegou ao conhecimento da Delegacia da Mulher (DDM), a Polícia Civil deu início às diligências ininterruptas. “Foram colhidos depoimentos, requisitada perícia no local e realizadas buscas até que fosse possível a autuação em flagrante”, explicou. 

A confissão do suspeito e os elementos reunidos no inquérito deixam o caso bem fundamentado. “A autoria e a materialidade estão muito bem comprovadas”, reforçou o delegado.

Com a prisão do agressor e a continuidade das investigações, a Polícia Civil espera que o caso sirva de alerta e incentivo para que mais vítimas denunciem situações de violência doméstica. “Estamos trabalhando para que esse tipo de crime não fique impune e para que as vítimas saibam que não estão sozinhas”, concluiu o delegado.

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