quinta-feira, 18 abril 2024

Acredite na transformação

Marcos Barbosa
Jornalista na Visual Assessoria

 

Recordando alguns acontecimentos do passado no último fim de semana, me lembrei de um ocorrido no colégio, quando mais novo, e decidi que esse seria o tema desta semana da coluna.
Na escola onde estudei, com um pouco de frequência, acabávamos tendo aulas com professores substitutos, por férias, prêmio bonificação que permitia assim o afastamento do professor titular por algum tempo, ou até mesmo por doença. E em uma destas aulas fomos questionados, com a clássica pergunta, do que gostaríamos de ser no futuro.
Desde pequeno, em mim, tinha a noção do quão comunicativo era e um encantamento exacerbado pela comunicação. Não conseguia me controlar na sala de aula, sempre falante demais. Toda reunião minha mãe era comunicada de que apesar de bom aluno, falava muito durante as aulas. Espanto nenhum para esses professores, hoje, ao verem que me tornei jornalista.
Como havia dito, numa aula destas, onde foi nos perguntado sobre o que pretendíamos ser, quando chegada a minha vez, disse que seria jornalista. E para o meu espanto, a professora riu e debochou dizendo: “estudando aqui?”.
Durante algum tempo, na adolescência, recordei diversas vezes a fala dela. Mas com o tempo isso acabou caindo no esquecimento. Até que nesse fim de semana, após quase 10 anos, inconscientemente, lembrei.
Não sei dizer se aquilo me serviu de combustível para chegar até aqui, mas tenho em mim de que quando são me impostos desafios, devo os superar. Mas nem todas as pessoas são como eu.
Já imaginou o quanto pode ser nocivo a alguém a dúvida sobre a capacidade dela? Muitas vezes, sem que percebamos, acabamos agindo como a tal professora. Desmotivando pessoas, destruindo sonhos, desacreditando no poder de transformação.
Entendo que no meio social o qual estava inserido, diante da situação econômica de todos que ali naquela sala se encontravam, era um pouco difícil de acreditar no progresso dos alunos. Mas hoje, através de alguns contatos que restam, posso dizer que temos não só um jornalista, mas pedagogos, publicitários, administradores, contadores… enfim, muitos profissionais, graduados ou não, competentes e que tenho o prazer de reencontrar, em algumas situações, no mercado de trabalho.
Talvez ela nem se lembre que tenha dito isso, afinal eu deva ter sido apenas um de tantos outros alunos que ela tenha tido a oportunidade de educar. Mas caso esteja lendo essa coluna e se recorde, professora, gostaria de agradecer não só pelo ensino, mas por ter duvidado de mim e do meu meio social. Isso me serviu de combustível para estar aqui hoje, formando opiniões e informando a população, que inclui a senhora.
É preciso saber que a palavra tem poder, e consciente disso, tomar cuidado com o que falamos. Somos fio condutor da transformação, que pode ser positiva ou não.
Pessoas que participam da formação de uma criança, como professor, pai, mãe, irmãos e outros familiares que possuem essa oportunidade, deve incentivá-la a ser esta transformação, tanto na vida de outras pessoas, quanto para o meio social onde está inserida.
Acreditar no país também é plantar sementes do bem, e principalmente nos mais novos, que na verdade são os que promoverão as mudanças e melhoras que tanto queremos no mundo. Por isso, por mais doido que seja, acredite no sonho do seu filho, do seu aluno, do seu irmão, neto… enfim, acredite. Com toda certeza, com amor, dedicação e com o seu apoio, ele chegará lá.
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