terça-feira, 23 abril 2024

Americana confirma mais 2 mortes por febre maculosa

A Prefeitura de Americana confirmou ontem mais duas mortes por febre maculosa na cidade. Com isso, sobe para 10 o número de casos confirmados da doença, com nove mortes, sete casos descartados e 18 suspeitos, ou seja, que ainda necessitam de comprovação laboratorial. Uma das mortes chegou a repercutir no mês passado por conta de um possível mau atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento do bairro Antonio Zanaga.
De acordo com a secretaria de Saúde de Americana, uma das vítimas é um homem de 49 anos, que morava na área de ocupação Roseli Nunes, região pós-represa do Salto Grande. A morte ocorreu no dia 7 de junho na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde estava internado.
“Como ele havia informado um endereço do município de Campinas, com a finalidade de ser atendido naquela instituição médica, o caso acabou não sendo notificado por Americana na época da internação. Há informações de que ele tenha frequentado o Rio Atibaia, sendo este o local provável de infecção”, disse a prefeitura.

ZANAGA
A outra vítima é um menino de dois anos que foi atendido no Pronto-Atendimento do Zanaga entre os dias 30 de maio e 1º de junho. Ele teria dado entrada novamente no dia 3 de junho com parada cardiorrespiratória, e morreu no mesmo dia.
Na época, a morte da criança repercutiu após denúncias de um suposto mau atendimento, já que a criança não ficou internada apesar de seus sintomas, que se pareciam com o de doenças respiratórias, além de febre. Na ocasião, a secretaria de Saúde informou que os responsáveis pelo atendimento julgaram que não havia necessidade de internar o menino, já que ele havia sido medicado e foi recomendado para a família que ele continuasse o tratamento em casa. Mesmo assim, a prefeitura informou que investigaria o caso.
“A suspeita principal era de meningite, porém como o laboratório não diagnosticou nenhum tipo de doença meningocócica no material enviado, optou-se por realizar também a investigação para febre maculosa, que acabou sendo confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz, de Campinas. No caso desta criança, a contaminação pode ter sido acidental, já que não há relatos que ela tenha adentrado ou permanecido em alguma área de risco”, informou ontem o Executivo.
Ainda segundo a prefeitura, o PVCE (Programa de Vigilância e Controle de Carrapatos e Escorpiões) tem realizado palestras com agentes comunitários que atuam na ESF (Estratégia Saúde da Família)  e professores da rede municipal para que sejam “multiplicadores de informações sobre a doença”.
“Além das palestras, o PVCE realiza um trabalho sistemático de pesquisa acarológica (identificação de carrapatos) em todas as áreas de mata ciliar e orla de represas do município, a fim de mapear os locais de infestação do Amblyomma Cajennense (carrapato-estrela), bem monitorar a dinâmica da transmissão da doença, visando alternativas para coibir o acesso a essas áreas”, informou.
O órgão também sugeriu para a prefeitura que as áreas de risco para a doença sejam isoladas com algum tipo de proteção que impeça o acesso das pessoas, como telas. Essa sugestão está sendo analisada pela Secretaria de Meio Ambiente.

RMC
Com os dois óbitos confirmados em Americana ontem, sobe para 14 as mortes por febre maculosa neste ano na RMC (Região Metropolitana de Campinas). Além disso, são 17 casos confirmados e 48 descartados. No entanto, ainda existem 34 suspeitos, que aguardam confirmação laboratorial.

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