A Polícia civil realiza a Operação Black Dolphin contra a pedofilia em todo o Estado. Estão na mira dos policiais alvos nas áreas dos Deinters (Departamento Estadual de Polícia Judiciária) 2, em Campinas, e 9, em Piracicaba. Somente na região de Campinas estão na mira 20 alvos.
As Seccionais de Campinas, Bragança Paulista e Jundiaí cumpriram os mandados de prisão e de busca e apreensão nesta quarta-feira (25). Segundo a Dise (Delegacia de Investigações Gerais) de Campinas, há alvos em Campinas, Indaiatuba, Atibaia, Jarinu, Jundiai, Valinhos, Cabreúva, Mogi Mirim e Vinhedo.
No balanço parcial divulgado de manhã, pelo menos dois alvos haviam sido presos no 6º Distrito Policial de Campinas e na Delegacia de Valinhos. Segundo o Deinter 9, esta operação foi iniciada em 2018 a partir de ronda virtual para localizar envolvidos em crimes de pedofilia.
Na ocasião, a operação de inteligência prendeu na capital paulista um homem que pretendia levar a sobrinha para Disney, nos Estados Unidos, e vendê-la para abusadores russos, alegando que teria desaparecido no parque.
Ano passado, começou a investigação sobre a organização criminosa e detectou indícios de uma estrutura piramidal, com distribuição de tarefas entre os integrantes da rede.
Os policiais se infiltraram em mais de 20 comunidades da Deep Web, ou seja, a internet obscura, pela qual são encomendados crimes e até mesmo comercializadas drogas, armas e assassinatos.
Segundo o Deinter 9, foram encontradas mais de 10 mil contas de email e cinco clouds (arquivos em nuvem), exclusivos com imagens de abusos infantis. Essas imagens estavam abrigadas em países do Leste Europeu.
Foram encontrados predadores que produzem, compram e vendem material de abuso infantil, sequestro e tráfico de crianças para abusos.
Em 2019 foi localizado o nick name de um provável chefe da organização criminosa. Ele dizia que os integrantes da organização estavam protegidos pelo anonimato e que as leis brasileiras “são ridículas”.
Ainda afirmava que no Brasil não tinha prisão para segurá-los. E que somente a Colônia número 6 da Rússia, conhecida como Black Dolphin, poderá detê-los. Ainda nasceu o nome da operação.
O nome desta prisão na fronteira do Cazaquistão, que abriga presos condenados à prisão perpétua e é conhecida pelo rigor no tratamento dos detentos, foi que originou o nome da mega operação.
Neste ano, esse chefe foi identificado com residente no Brasil. Em agosto foi instaurado inquérito policial pela Delegacia Seccional de São José do Rio Preto e distribuído para a Vara da Infância e Juventude.
Foi autorizada judicialmente a quebra de sigilo telemático dos envolvidos e expedidos os mandados de busca e apreensão. Estão nas ruas 1.789 policiais e 302 viaturas, que cumprem mandados em 85 municípios do Estado.