A Prefeitura de Campinas abriu nesta quinta-feira (18) a Semana da Mobilidade Urbana de 2025 (Semob). O evento de abertura aconteceu no anfiteatro do campus 2 da PUC-Campinas, na avenida John Boyd Dunlop, que é a via que concentra o maior número de mortes no trânsito de Campinas.
O objetivo da Semob é reforçar ações educativas e discutir soluções para reduzir os acidentes. Participaram do encontro autoridades municipais, representantes da universidade, da saúde e da segurança pública.
Quase 1,5 mil mortes em uma década
Segundo o relatório da Emdec, Campinas registra 1.449 mortes no trânsito nos últimos 10 anos. Em 2024, 156 pessoas morreram em 148 acidentes de trânsito. Foram três mortes a menos do que o registrado em 2023.
Ações realizadas
O presidente da Emdec, Vinícius Riverete, comentou a queda registrada em 2024. “Continuamos fazendo as campanhas educativas. A fiscalização, as blitzes que tem acontecido, eu acho que isso mostra que isso tem dado resultado. E as obras que foram feitas, né? As sinalizações, redutores de velocidade, semáforos, né? Uma série de obras, diversas obras em locais de possível acidentalidade alta. Então tudo isso ajuda a cidade de Campinas a reduzir as mortes no trânsito”.
Queda por três anos
O relatório também mostra a evolução da mortalidade no trânsito nos últimos dez anos. Um dos pontos destacados foi a redução registrada entre 2018 e 2020, quando o número anual de mortes ficou abaixo de 135. Mas, a partir de 2021, os índices voltaram a subir e ultrapassaram novamente 150 vítimas por ano.
Riverete atribuiu a queda no período às obras do BRT, que forçaram uma redução de velocidade em avenidas como a John Boyd Dunlop, Ruy Rodrigues e Amoreiras, e o novo aumento nas mortes ao crescimento da frota de veículos em Campinas. “Eu não estava na área do transporte, mas salvo engano a gente estava em obras, do BRT, né? E isso ali já era um dos locais que tinham muitos acidentes de trânsito. E nós tivemos um aumento de veículos na cidade de Campinas razoável, né? Então, de 2018 para cá, com certeza, mais de 100 mil veículos aumentaram aqui na cidade”.
Mais mortes em rodovias
Das 156 mortes registradas no ano passado, 80 aconteceram em rodovias, e 68 em vias urbanas. Homens, jovens e motociclistas são as principais vítimas.
Fatores de risco
Segundo o levantamento da Emdec, o consumo de álcool e a velocidade acima do permitido continuam entre os principais fatores que causam acidentes fatais.
Vias urbanas com mais mortes
A Avenida John Boyd Dunlop segue liderando o ranking das vias com maior número de ocorrências, registrando 21 mortes nos últimos três anos. Em seguida vem a avenida Ruy Rodrigues, com 7 mortes; a avenida Comendador Aladino Selmi, com 6 mortes, e a Avenida das Amoreiras, com 4 mortes no mesmo período.
Sem novos radares
Outro assunto abordado foi a política de fiscalização eletrônica. Campinas mantém atualmente 144 equipamentos, mas não pretende aumentar esse número. A estratégia é transferir os radares de acordo com a necessidade em diferentes regiões. “Nós estamos mantendo a política de realocação. Quando identificamos que um local se torna seguro, o radar é transferido para outro ponto. Neste momento, não há previsão de aumentar a quantidade de equipamentos”, diz Riverete.
Semana da Mobilidade Urbana
A Semob segue até o dia 25 de setembro. Entre as atividades estão a inauguração do novo Centro de Controle Operacional da Emdec, projetos de travessia inteligente, simulações de acidentes e ações educativas em diferentes bairros da cidade.
Com a programação, a Emdec e a prefeitura esperam reforçar a conscientização de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres, e reduzir os números de vítimas no trânsito nos próximos anos.
