A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (18) mais uma fase da Operação Mão Protetora, ação permanente de combate a crimes de abuso sexual infantil na internet. A Justiça Federal de Campinas expediu quatro mandados de busca e apreensão: dois em Campinas, um em Mogi Mirim e um em Mogi-Guaçu.
Por que apenas buscas e apreensões?
Segundo a delegada da Polícia Federal Estela Beraquet, a adoção prioritária de mandados de busca, e não de prisão, ocorre para evitar erros durante a investigação. “Para não cometer nenhuma injustiça, normalmente nós pedimos a busca e a apreensão quando não temos certeza de que o crime está vinculado realmente àquela pessoa, já que muitas vezes iniciamos as investigações por meio das conexões de internet e não efetivamente a dados específicos de uma pessoa”, explicou.

Duas prisões em flagrante
Durante o cumprimento das ordens judiciais, duas pessoas foram presas em flagrante por posse de material de pornografia infantil. Uma delas, em Mogi Mirim, é suspeita de possível produção desse tipo de conteúdo.
A delegada detalhou que a prisão ocorreu após a análise de conversas que sugeriam a prática de abuso. O investigado estava na posse de arquivos relacionados ao crime, mas nenhuma criança foi encontrada no local. O material apreendido passará por análise pericial.
A segunda prisão ocorreu em Mogi-Guaçu. Nesse caso, o suspeito já havia compartilhado arquivos com conteúdo de abuso sexual infantil em meses anteriores e também estava na posse de novos materiais ilícitos. Os presos têm 33 e 53 anos.
Suspeito vendia conteúdo ilegal em lives
Embora ninguém tenha sido preso em Campinas, materiais apreendidos devem contribuir com novas etapas da investigação. Em um dos endereços, a PF identificou um suspeito que oferecia arquivos com abuso infantil durante transmissões ao vivo.
“Durante a live ele apresentava arquivos com conteúdo de abuso sexual e oferecia para venda. Foram apreendidos celular e dispositivos eletrônicos, que precisam de análise posterior, já que essas plataformas exigem exame técnico aprofundado”, afirmou Beraquet.
Investigações partem de várias frentes
A corporação informou que esta etapa da operação tem como base diferentes linhas de apuração, como:
- Ações de inteligência policial;
- Denúncias anônimas enviadas ao canal ComunicaPF;
- Rastreamento de fluxos digitais;
- Suspeitas de produção de material ilegal;
- Participação de investigados em grupos online voltados ao compartilhamento desse tipo de conteúdo.
A PF ressaltou que os alvos desta terça-feira não têm ligação entre si. O foco da operação é identificar envolvidos, delimitar responsabilidades e subsidiar medidas penais.
PF reforça alerta a pais e responsáveis
A delegada Estela Beraquet destacou que o acompanhamento do uso da internet por crianças e adolescentes é essencial. “Os pais precisam estar atentos aos dispositivos eletrônicos que eles usam e com quem conversam. A orientação é jamais conversar com desconhecidos. Em jogos, muitas vezes, crianças acabam submetidas a ameaças em troca de moedas virtuais”, alertou.
Ela lembrou ainda que parte significativa dos abusos gravados e compartilhados por essas pessaos é cometida por pessoas próximas das vítimas.
Operação permanente
A Operação Mão Protetora integra um conjunto de ações permanentes da Polícia Federal voltadas à proteção da infância e ao enfrentamento de crimes cibernéticos.





