segunda-feira, 16 setembro 2024
Queimadas

Filhote de onça-parda é resgatado no interior paulista

Ela se distanciou da mãe e do irmão ao tentar fugir do fogo na mata e foi atropelada em uma rodovia. O outro filhote foi encontrado morto, e a mãe continua desaparecida.
Por
Redação
Foto: Divulgação/Cetras Ribeirão

Um filhote de onça-parda resgatado de um incêndio florestal foi encaminhado nesta quinta-feira (5) ao centro de atendimento de animais silvestres de Ribeirão Preto. Com a chegada desse bebê e outros animais a unidades da rede de atendimento e reabilitação estruturada pelo governo do Estado, subiu para 70 o número de atendimentos desde o início da onda de incêndios no interior paulista, há duas semanas. Os que morreram já somam 38, e 32 continuam em tratamento. São animais expulsos de suas casas pelas chamas e que recebem agora tratamento para voltarem à natureza ou, quando não for possível, serem destinados a abrigos adequados.

A oncinha, um macho batizado Benedito, foi capturada por funcionários de uma usina na área rural de São Joaquim da Barra e levada ao zoológico do município de Guaíra. Ela se distanciou da mãe e do irmão ao tentar fugir do fogo na mata e foi atropelada em uma rodovia. O outro filhote foi encontrado morto, e a mãe continua desaparecida.

Com lesão grave em uma das patas, Benedito foi encaminhado ao Centro de Triagem e Reabilitação (Cetras) Morro de São Bento para tratamento multidisciplinar. Segundo informações do zootecnista Alexandre Gouvea, o filhote teve dois dedos amputados e perdeu grande parte dos movimentos da pata em razão do atropelamento. “Ele não terá chances de retornar à vida livre, já que não poderá mais usar esse membro para caçar e comer”, lamentou. A boa notícia é que o filhote está se recuperando bem e mamando bastante. Em apenas três dias, ganhou 250 gramas.

O Cetras recebeu também um macaco da espécie bugio, que chegou bastante estressado e machucado. O animal, uma fêmea adulta, foi resgatado no município de Guatapará. Depois de fugir da mata em chamas, entrou em uma residência e foi mordido por um cachorro. Seu estado de saúde é grave.

Vitória, o tamanduá-bandeira que estava em tratamento na mesma unidade, não resistiu e morreu ontem. Ela teve infecção generalizada por conta das queimaduras de terceiro grau e duas paradas cardíacas.

Em Jundiaí, a Associação Mata Ciliar divulgou um balanço ontem dos animais atendidos nos últimos dez dias: foram 28 atropelados, possivelmente tentando fugir dos incêndios. Entre eles, está um filhote de veado com problemas respiratórios.

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