segunda-feira, 19 maio 2025

‘Hoje temos orgulho de falar que somos de Hortolândia’, afirma Zezé Gomes

A pessoa que mais marcou minha vida foi o ex-prefeito Ângelo Perugini. Foto: Paulo Vitor/TV TODODIA

À frente da Prefeitura de Hortolândia, Zezé Gomes relembra com emoção sua trajetória de vida entrelaçada com o crescimento da cidade, onde chegou ainda em 1980, quando o então distrito de Sumaré mal figurava nos mapas e era chamado com desdém de “pé vermelho”.

De metalúrgico a prefeito, ele revive a transformação do município em um polo de orgulho e desenvolvimento, destacando conquistas como o Paço Municipal – batizado de Palácio dos Migrantes –, investimentos em saúde, educação e sustentabilidade, além de espaços de lazer e cultura que hoje movimentam a cidade.

Em entrevista exclusiva à TV TODODIA, Zezé compartilha memórias, homenagens a figuras históricas locais e sua visão de futuro para uma Hortolândia cada vez mais estruturada e acolhedora.
Leia a entrevista abaixo.

Zezé compartilha memórias, homenagens a figuras históricas locais e sua visão de futuro para uma Hortolândia cada vez mais estruturada e acolhedora. Foto: Paulo Vitor/TV TODODIA

TODODIA – Prefeito, para começar, conte um pouco da sua história na cidade.
ZEZÉ GOMES – Eu cheguei em Sumaré por volta de 1979. Em 1980, eu já estava aqui. Depois, mudei de cidade sem mudar de casa. Olhem só como era o mundo naquela época: a cidade do “pé vermelho”, onde o pessoal colocava sacolinha no pé pra andar na terra. Quando a gente viajava e perguntavam: “Onde você mora?”, a gente respondia: “Ah, moro em Campinas”. Era difícil falar onde a gente morava mesmo. A cidade veio com a emancipação, mas foi uma construção. Hortolândia foi mudando, mudando… Quem lembra da cidade que só tinha um mercado no centro, o Soares? Quem lembra da linha férrea? Hoje, eu vejo os vagões que trouxeram pra cá, porque a questão ferroviária ainda está na nossa cabeça, com a retomada dos trilhos. Mas uma coisa que não podemos esquecer é da nossa história: o Jardim Amanda era só umas casinhas. O ônibus anunciava na rádio em São Paulo: “Terrenos no Jardim Amanda!” A excursão vinha de São Paulo pra cá comprar lote. E assim foi toda a nossa cidade: uma construção. Ir pro Jardim Amanda era difícil. Não tínhamos o viário que temos hoje. Na época da emancipação, era uma ruazinha. A gente não pensava nesse sonho de hoje. Mas aquele povo que veio de fora, que acreditou, fez a diferença. Eu nunca pensei em ser político, nem em ser candidato. Política você faz no dia a dia, mas ser candidato? Eu era metalúrgico, achava que minha vida estava resolvida. Aí vim morar em Hortolândia (que antes era Sumaré). Tive o privilégio de conhecer amigos como Ângelo Perugini, que já se foi (faleceu em 2021), e fomos construindo essa história. Hoje, tenho orgulho dessa cidade. Antes, a gente tinha vergonha de falar que era de Hortolândia. Hoje, temos orgulho. Fui candidato sem querer em 1992 porque o Ângelo precisava de gente na chapa. Fui o quinto mais votado, mas não eleito. Depois, continuei na luta pela duplicação da SP-101, por esgoto, por tudo. Comprei um terreninho no Jardim Novo Ângulo porque me venderam dizendo que logo ia asfaltar. Sabe quando asfaltou? Em 1994! Foi um dos últimos bairros. Mas a luta continuou. Em 2004, o Ângelo se lançou de novo, e ganhamos. Foi fantástico ver a cidade crescer. Hoje, Hortolândia é um paraíso.

O senhor poderia destacar alguns lugares de que gosta aqui em Hortolândia? Locais que a população costuma frequentar e que, principalmente quem não é da cidade, precisa conhecer…
Olha, uma coisa importante é que Hortolândia tem vários pontos lindos. Um dos lugares que mais gosto é o Parque Irmã Dorothy. Lá tem uma nascente que é fora do comum. A água é cristalina, não passa nenhum rio por perto, não tem poluição. É uma nascente que precisa ser mais conhecida. É um parque mais escondido, onde realizamos o Natal Sustentável todo ano. É um dos mais bonitos da cidade. Muitas escolas visitam o local. Tem até uma casinha de barro, igual à que morei na infância. Fiz questão de construir uma réplica lá, com fogão a lenha. É um espaço que respira natureza. Outro lugar muito bacana é o Lago da Fé. Hoje, é um ponto de grande destaque na cidade, com academia, espaço para caminhada. Agora, vamos colocar pedalinhos nas lagoas. Em breve, o Parque Linear do Jardim Amanda também será um ponto de referência. Hortolândia tem muitos lugares que valem a pena conhecer: o Teatro no Jardim Amanda, a Estação Jacuba e a locomotiva “Poderosa”, que recuperamos e hoje recebe grandes eventos. Teve show do Rick & Renner com 15 mil pessoas e também um show gospel com 5 mil, mesmo com chuva. Estamos trabalhando para melhorar cada vez mais nossos espaços.

E falando em turismo e eventos, queria que o senhor destacasse um pouco da cultura pujante de Hortolândia. Quais são os principais eventos culturais que movimentam a cidade ao longo do ano?
Nós temos uma agenda extensa de eventos culturais durante o ano inteiro. Um dos grandes destaques é a nossa Orquestra de Viola, liderada pelo amigo Chico Amado. Sempre que se apresenta, lota. É um show muito bonito, com raízes fortes na nossa cidade. Também temos eventos de rock, que reúnem muitos moradores. A cultura aqui consegue agregar tudo isso: o rock, a MPB, a música sertaneja. A Praça A Poderosa recebe grandes eventos o ano todo. A população de Hortolândia é composta por migrantes, tanto que chamamos o Paço Municipal de Palácio dos Migrantes. Temos gente do Paraná, Minas Gerais, Bahia, do Nordeste em geral. Essa mistura cultural é nossa identidade. Temos o tradicional rodeio, com grandes artistas e palco exclusivo para os artistas locais, além da Escola de Circo, que vem crescendo bastante. A arte cênica está ganhando força. É uma cidade viva culturalmente.

Agora queremos ouvir do senhor sobre pessoas de destaque na história de Hortolândia. Quem o senhor gostaria de homenagear?
A pessoa que mais marcou minha vida foi o ex-prefeito Ângelo Perugini. Ele deixou uma grande marca na cidade e na minha história pessoal. Foi um dos maiores políticos que já tivemos. Também tive muito respeito pelo primeiro prefeito, Antônio Dias, com quem tive um bom relacionamento. Outro nome importante foi João Calixto, que já faleceu. Ele era uma liderança nos movimentos sociais, sempre trabalhando com quem mais precisava. A Sida, do assentamento do Jardim Boa Esperança, também foi uma referência, especialmente nas lutas contra o racismo e a fome. Recentemente, descobrimos uma senzala aqui na cidade. Jamais imaginei que Hortolândia teve esse passado escravocrata, mas agora vamos transformar esse espaço em um local de memória. Também lembro com carinho do tempo das fazendas, como a da família Rosolen. Seu Otávio Rosolen foi uma figura importante. O bairro leva seu nome de maneira simbólica, embora seja pequeno. As pessoas se referem a ele mais do que ao Jardim Nossa Senhora de Fátima, que é maior. São lembranças de uma cidade construída por muita gente que deixou sua marca.

Prefeito, agora vamos falar da sua gestão. Quais são os feitos que o senhor mais destaca, tanto do mandato anterior quanto deste atual?
Eu considero o Paço Municipal, o Palácio dos Migrantes, uma das maiores obras da nossa história. Além dele, temos as usinas fotovoltaicas, que abastecem 200 prédios públicos e geram economia imensa com energia e aluguel. Outro feito importante é o investimento em saúde e educação. Estruturamos a rede de saúde, e assumi o compromisso de não deixar nenhuma criança fora da creche, principalmente de zero a três anos. Isso é cuidar das famílias. Estamos concluindo o saneamento básico da cidade, com 100% de cobertura. Hortolândia é um canteiro de obras e de vidas. Temos quatro viadutos sendo feitos – dois com parcerias e dois com recursos próprios. Mas não adianta só fazer viaduto se não cuidarmos das pessoas. Nosso governo tem como pilares a sustentabilidade, o cuidado com as pessoas e a qualidade de vida.

Saindo um pouco da gestão, queremos saber do cidadão Zezé. O que o senhor gosta de fazer nas poucas horas de folga?
É raro ver um prefeito de short ou chinelo na rua, mas nas minhas folgas é isso que eu gosto de fazer: ficar de short, sem camisa, descansando. Tomo meu café da manhã com calma. Levanto às 5h30, então faço questão de ter esse momento tranquilo. A família vai chegando, a mesa vai se enchendo. Não falo de trabalho nesse momento. Também gosto de sair com a família para tomar café em padarias, comer um pão de queijo. Aproveito para cuidar dos meus netos, dos meus filhos e da minha mãe, que tem 91 anos. Esses momentos são preciosos para mim.

Como o senhor imagina Hortolândia nos próximos 34 anos?
Hortolândia é uma cidade que não para de crescer. Desde a emancipação, avançamos muito. Quando eu e o Perugini ganhamos a eleição em 2004, houve uma mudança enorme. Conseguimos muitos investimentos do governo federal, e o crescimento nunca mais parou. Planejamos a cidade com visão de 20 a 30 anos à frente. Teremos macrodrenagem e parque linear em toda a cidade. As escolas continuarão sendo construídas conforme a população cresce. A área de esportes e cultura vai triplicar. Acredito que em oito anos não haverá mais espaço para novas obras – vamos focar na manutenção da cidade. Já temos mais de R$ 200 milhões em projetos prontos, esperando financiamento. A cidade está preparada para o futuro.

E qual seria a manchete dos seus sonhos para Hortolândia?
A manchete que eu gostaria de ver seria: “Hortolândia é uma das melhores cidades do país para se viver”. Já caímos no índice de criminalidade e estamos entre os primeiros lugares na Região Metropolitana em saúde e segurança. Quero ver essa marca estampada por toda parte.

Para finalizar, prefeito, deixe um recado direto para a população de Hortolândia, inclusive para os que ainda vão crescer na cidade, como seus netos.
Quero falar diretamente com você, morador da nossa querida cidade de Hortolândia. Parabéns pelos 34 anos da nossa cidade! Acreditem no nosso governo, no nosso projeto. Vamos fazer muito mais. Hortolândia é um orgulho, e vocês vão continuar se orgulhando de viver aqui. Muito obrigado!

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