sexta-feira, 26 abril 2024

Córdoba, Espanha

O sul da Espanha já foi o centro do mundo islâmico no Ocidente, e Córdoba era a capital. A cidade que hoje tem 320 mil habitantes foi sede de um califado na Idade Média, quando os mouros conquistaram a Península Ibérica. 

Os sinais de 500 anos de dominação árabe (do século 8 ao 13) continuam nas vielas, templos e palácios que dão a Córdoba uma pequena coleção de patrimônios da humanidade. 

São quatro: a Mesquita-Catedral, o conjunto arquitetônico do centro histórico, as ruínas de Medina Azahara, complexo erguido para ser a casa do califa e de sua corte, e a Fiesta de los Patios, patrimônio cultural imaterial. 

A Mesquita-Catedral, principal deles, virou lugar de peregrinação de turistas (quase 2 milhões em 2018) e é o ponto de partida para entender sobre a disputa de poder político e religioso na região conhecida como Andaluzia. 

O templo muçulmano começou a ser erguido no fim do século 8 sobre uma basílica visigoda, de São Vicente. Depois de ampliações, o espaço foi reconquistado por cristãos em 1236 e ganhou capelas, nave gótica, campanário e o título de catedral de Córdoba. 

Com 23 mil metros quadrados (quase três campos do Maracanã), o templo ocupa um quarteirão, na entrada do centro histórico e às margens do rio Guadalquivir. 

Lá dentro, o visitante encontra um labirinto de colunas, reaproveitadas de construções romanas e visigodas. Os pilares sustentam arcos listrados de branco e terracota. 

Parte da basílica de São Vicente ainda está lá, no subsolo, e pode ser vista através de um vidro. Nas laterais, capelas de santos católicos se alternam com símbolos muçulmanos. No meio de tudo isso fica o cruzeiro da catedral, em estilos gótico e renascentista. 

Do lado de fora, mais sincretismo. Nos fundos da mesquita, sobre o rio Guadalquivir (palavra que vem do árabe “al-wadi al-Kabir”, ou rio grande), há uma ponte romana construída no século 1º a.C. Ainda na margem do rio, fica o Alcázar de los Reyes Cristianos, palácio que, assim como a mesquita, nasceu muçulmano e virou cristão. 

Vez ou outra surge um pátio cheio de plantas, uma tradição de Córdoba que deu origem à Fiesta de los Patios, concurso anual para escolher o ambiente mais bonito. Muitos estão em áreas privadas, mas alguns podem ser visitados o ano todo, como o do Zoco Municipal de Artesanía (mercado de artesanato) e o da Asociación de los Amigos de los Patios Cordobeses, ambos na Judería. 

Esses jardins verticais funcionam como oásis que ajudam a amenizar o calor. Na última primavera, em maio, os termômetros marcavam mais de 30ºC às 16h; no auge do verão, ultrapassam os 35ºC. 

JUDERÍA 

O roteiro histórico-religioso continua na Judería, bairro de judeus no entorno da catedral, dentro da área considerada patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. 

A região era separada por uma muralha, que isolava e protegia os judeus durante a Idade Média. Hoje, a sequência de ruazinhas estreitas e sem árvores é tomada por restaurantes e lojas de lembrancinhas com temas árabes. 

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