
“Sonhos não envelhecem”, cantam os músicos do Clube da Esquina. Eles são como aperitivos do porvir. Não podemos parar de sonhar. Quando perdemos nossa capacidade de sonhar iniciamos nosso processo de morrer mais rapidamente.
Como pastor eu tenho sonhos. Aprendi com o Rev. Abival Pires da Silveira a sonhar sonhos para a igreja cristã no Brasil. Quero pontuar aqui os sonhos de Abival e os meus.
Eu sonho com uma igreja peregrina. Uma comunidade que tem pernas para andar procurando os trilhos do futuro. Não uma igreja que se põe à margem, mas uma igreja que se põe a caminhar, questionando seus próprios passos, se reformando sempre. Igreja que sabe o sabor dos pães asmos e ervas amargas, de sandálias nos pés, sempre em movimento, no ritmo de seu tempo.
Eu sonho com uma igreja católica, universal, que atinge os confins da terra. Igreja povo de Deus, presente em todas as etnias, línguas e culturas.
Eu sonho com uma igreja encarnada. Uma igreja que conhece e carrega as dores de seu povo. Que se alegra nos momentos de alegria e se enche de prantos nos momentos de tristeza. Igreja que se identifica com sua gente.
Eu sonho com uma igreja serva. Uma igreja que se estabelece e fortifica pelo poder de servir. Igreja solidária, que está sempre a serviço de Deus no serviço ao próximo. Uma igreja lava-pés e não uma igreja lava-mãos.
Eu sonho com uma igreja generosa. Uma igreja de mãos estendidas, entendendo que mais bem-aventurado é dar do que receber. Uma igreja colmeia a produzir mel para um mundo amargo.
Uma igreja assim fará diferença nas cidades de nosso país. Uma igreja que seja a consciência de seu povo e de seus governantes. Igreja missionária. Igreja portadora de boas-novas. Igreja que acaba com a desesperança e com o medo. Igreja que se pareça, cada vez mais, com Jesus Cristo, o Senhor da Igreja.
Eu sonho…