O Ministério da Defesa anunciou nesta segunda-feira (23) que foram aplicados R$ 36,3 milhões em multas relacionadas à operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) Ambiental realizada pelo governo para combater as queimadas na Amazônia.
Os 112 termos de infração foram aplicados no último mês por órgãos como o ICMBio e o Ibama e se referem principalmente a desmatamento ilegal, garimpo e apreensão de madeira. Em um evento para apresentar os resultados do primeiro mês da GLO –prorrogada por mais 30 dias na semana passada–, o ministério também informou que 63 pessoas foram detidas durante a operação.
A chamada GLO ambiental autoriza o emprego das forças armadas em ações de combate a crimes ambientais e a incêndios na região amazônica. Ela foi criada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) na esteira da intensa pressão internacional sofrida pelo Brasil em razão das queimadas.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse que as ações das forças armadas geraram resultados positivos no controle dos fogos e do desmatamento, com reversão dos índices mais preocupantes. Azevedo e Silva reconheceu que a situação gera apreensão, mas argumentou que os focos de calor e de incêndio deste ano estão abaixo da série histórica monitorada pelo governo.
No entanto, ele criticou o que chamou de “alarde” das últimas semanas no sentido de que a situação estaria fora de controle. “Nós mostramos o resultado da operação. O que vinha, principalmente de fora, era que a Amazônia estava em chamas. Nós mostramos o real, eu acho que está longe de uma Amazônia em chamas”, disse ministro.
“A floresta úmida está preservada e não tem queimada. O que tem é um arco, chamado de arco do calor, do fogo, que preocupa mais. Mas ainda está na média dos outros anos. Não estou dizendo que isso é bom. Não é, mas não está alarmante em relação a outros anos”, complementou.
De acordo com o titular da pasta, até 23 de setembro, quando a GLO ambiental completa um mês, foram realizadas ações de combate a 571 focos de incêndio terrestre, além de 250 por via aérea. Azevedo e Silva detalhou ainda o planejamento para os próximos 30 dias da operação. O ministério decidiu criar um terceiro comando conjunto, que ficará centrado em operações no Mato Grosso.
Apesar de dizer que a mobilização dos militares para combater os incêndios se mostrou eficiente, o ministro disse que a GLO não pode se tornar um instrumento recorrente do governo para todos os períodos de seca. “Não é normal. As forças armadas entram em situação de emergência, em situação extraordinária. Esta é a operação de GLO número 186 desde a Constituição, não é normal. O governo Bolsonaro está começando e com certeza ele, junto com os órgãos responsáveis, vai fazer uma leitura e aprendizado do que aconteceu este ano, com ações preventivas em relação ao próximo ano”, argumentou o ministro.
O decreto original que instituiu a chamada GLO ambiental é de 23 de agosto e tinha validade de um mês. A ação dos militares na Amazônia foi posteriormente estendida até 24 de outubro. A GLO autoriza o emprego das forças armadas “nas áreas de fronteira, nas terras indígenas, nas unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas dos estados da Amazônia Legal”.