A primeira fase do cronograma de vacinação contra o novo coronavírus no estado de São Paulo terá nove semanas – entre o próximo dia 25 de janeiro e 28 de março –, segundo disse o governador João Doria (PSDB) nesta segunda-feira (7), em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com o governo, serão 18 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, produzida em parceria com a farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan.
A vacina ainda precisa de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O estudo acerca da eficácia da Coronavac será divulgado até semana que vem e, se tudo correr como espera o governo, seu registro será pedido imediatamente na Anvisa. A vacina ainda está na fase 3 de testes.
O Plano Nacional de Vacinação, anunciado na semana passada pelo governo federal E com estimativa de começar em março, também coloca profissionais da saúde e idosos na primeira fase.
As vacinas inicialmente só serão aplicadas pela rede pública. Clínicas particulares acreditam que só poderão aplicar a imunização no fim do primeiro semestre do ano que vem ou em 2022.
Na semana passada, o Butantan recebeu 600 litros a granel da vacina chinesa Coronavac, correspondente a um milhão de doses.
Segundo o plano do governo Doria apresentado nesta segunda, a partir de 25 de janeiro serão aplicadas a primeira dose da vacina a trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas.
A partir de 8 de fevereiro recebem a primeira dose idosos com 75 anos ou mais, em uma escala decrescente até 60 anos, a partir de 1º de março.
Conforme o governo, além da vacinação nos 5.200 postos de saúde do estado, a ideia é ampliar em mais 10 mil pontos os locais para imunização. com a utilização de escolas, quartéis da Polícia Militar, estações de trem, farmácias e sistema drive-thru.
As vacinas serão aplicadas de segunda a sexta das 7h às 22h. Aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 17h. O governo diz que poderá ampliar os horários.
Ao todo, 54 mil profissionais de vacina estarão envolvidos nesta primeira etapa de vacinação. Está prevista a utilização de 27 milhões de seringas e agulhas e 5.200 câmeras de refrigeração, entre outros.
Segundo o governo Doria, até este domingo (6), o estado de São Paulo contabilizava 43.015 óbitos e 1.287.762 casos confirmados do novo coronavírus. Na capital paulista são 14.697 mortes e 423.775. Boletim da Secretaria Municipal da Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), há 1.036 pessoas internadas com a Covid-19 em hospitais municipais ou em leitos contratados pela prefeitura. A taxa de ocupação é de UTIs é de 57%.
Anvisa reage e diz que faltam muitos passos para aprovar CoronaVac
Horas após o governo de São Paulo ter anunciado o início da vacinação contra a Covid-19 para 25 de janeiro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou uma nota na qual indica que ainda faltam vários passos para que a obtenção do registro para o imunizante CoronaVac, desenvolvido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
A Anvisa afirma que a entidade paulista ainda não encaminhou os dados da fase 3 de testes clínicos da vacina, a etapa final antes do registro.
Além disso, diz que o relatório da inspeção na fábrica da chinesa Sinovac – também importante etapa do registro – pode ficar pronto apenas no dia 11 de janeiro.
Nesta segunda-feira (7), Doria anunciou o início da vacinação no estado de São Paulo para o dia 25 de janeiro, aniversário da Capital paulista, apesar da falta de registro e da divulgação de dados de eficácia. Segundo ele, todo brasileiro poderá receber as doses.
No fim da tarde, a Anvisa publicou uma nota com o estado atual do processo de registro da imunização. O título do posicionamento oficial foi “Esclarecimentos sobre análise dos estudos da vacina Sinovac” – o nome correto da vacina é CoronaVac.
“Não foram encaminhados dados relativos à fase 3, que é a fase que confirma a segurança e eficácia da vacina. Esse dado é essencial para a avaliação tanto de pedidos autorização de uso emergencial quanto pedidos de registro”, afirma a Anvisa na nota.
A agência também afirma que apenas um dos dois conjuntos de documentos apresentados pelo Instituto Butantan, com dados de estudos de segurança e eficácia, teve sua análise concluída.
O segundo foi encaminhado apenas no dia 30 de novembro e ainda está em análise.
Segundo a Anvisa, a inspeção na fábrica da Sinovac na China, cujo relatório é também considerado fundamental para o registro, terminou apenas na sexta-feira (4). “Somando-se os dias apresentados, conclui-se que o relatório de inspeção deverá ser finalizado entre 30 de dezembro a 11 de janeiro de 2020.”
O CRONOGRAMA DA VACINAÇÃO
A vacinação será escalonada para as duas aplicações necessárias da CoronaVac:
– O grupo profissionais de saúde/indígenas/quilombolas receberá sua primeira dose em 25 de janeiro e
a segunda, em 15 de fevereiro.
– Quem tem 75 anos ou mais, 8 de fevereiro e segunda dose em 1º de março.
– De 70 a 74 anos, 15 de fevereiro e 8 de março.
– De 65 a 69 anos, 22 de fevereiro e 15 de março.
– Por fim, de 60 a 64 anos, 1º de março e 22 de março.
Outras fases da vacinação ainda não foram anunciadas.