As cidades da Baixada Santista, litoral sul de São Paulo, vão fechar as praias de toda a região nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro. A medida seria uma maneira de evitar aglomerações e desestimular a viagem de turistas para passar a virada nas praias.
O anúncio foi feito após a reunião do Condesp (Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da Baixada Santista), na tarde desta quarta-feira (23). Segundo o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que também preside o conselho, as cidades vão solicitar o apoio do governo do estado, por meio da Polícia Militar, para garantir o fechamento das praias.
A decisão foi tomada após membros do Centro de Contingência da Covid-19 anunciarem que todas as regiões do estado passarão para a fase vermelha, a mais restrita do Plano São Paulo, entre os dias 25 e 27 de dezembro e 1 a 3 de janeiro.
O governo teme um descontrole da pandemia após as festas de fim de ano, já que nas últimas quatro semanas São Paulo registrou um salto de 54% do número de casos e de 34% nos óbitos.
Festas, shows e queima de fogos de artifício na virada do ano já haviam sido suspensos pelas cidades da região.
Os prefeitos solicitam ainda à gestão João Doria (PSDB) que sejam feitas barreiras sanitárias nas rodovias que dão acesso à Baixada Santista, para que os turistas não se dirijam à região. As prefeituras proibiram o acesso de vans e ônibus de turismo de um dia, pois, segundo Barbosa, esses banhistas causam aglomeração nas praias.
O Condesb também solicitou à Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) que não seja feita a operação descida nas estradas. “As rodovias são de responsabilidade do governo do estado, por isso precisamos desse apoio”, diz Barbosa.
O prefeito de Santos afirmou que essas medidas só conseguirão ser implementadas com o apoio do governo do estado, já que as cidades da região não têm efetivo para fiscalizar essas medidas.
Na terça (22), Doria determinou que todo o estado entre na fase vermelha do Plano SP de restrições para conter a pandemia de coronavírus, a mais severa da escala, nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e 1, 2 e 3 de janeiro, sem incluir as vésperas de Natal e Ano-Novo na decisão, que só permite o funcionamento de serviços essenciais.
“Essas decisões do Plano São Paulo contemplam todo o estado, mas a Baixada Santista precisa de uma forma específica, porque nenhuma região do estado tem a movimentação que a baixada tem e, do jeito que o plano está, caba se tornando um convite ao turista para se dirigir à Baixada”, diz Barbosa.
As cidades ainda decidiram que nao vão permanecer na fase amarela, contrariando a determinação do estado. Para Barbosa, decidir fecha o comércio a 48 horas do Natal, quando os estabelecimentos já haviam se programado e feito estoque de produtos, não “parece adequado”.
Ele afirma que os locais funcionarão de acordo com os protocolos estabelecidos pelo Plano São Paulo, com redução de lotação.
A Secretaria de Desenvolvimento Regional foi questionada a respeito das solicitações dos prefeitos, mas não havia se posicionado até a conclusão desta edição.