sábado, 21 dezembro 2024

A juventude não será mais o único motor do desenvolvimento econômico

Por Eng. João Ulysses Laudissi
Por
Eng. João Ulysses Laudissi
Foto: Arquivo pessoal

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), visa produzir informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País, bem como permitir a investigação contínua dos indicadores conjunturais de trabalho e rendimento. Em 2021, essa pesquisa revelou que 56% da população possuía mais de 30 anos de idade e uma expectativa de tempo de vida crescente. Nos anos 2000, a esperança de vida, dos brasileiros, ao nascer era de 69,8 anos e atualmente, é de 77 anos.

As projeções estatísticas, antes do Censo Demográfico de 2022, mostravam que, até 2040, 57% da força de trabalho teria mais de 45 anos, mas em 2022, o Censo Demográfico, revelou que a taxa brasileira de crescimento populacional caiu pela metade na última década e que o trabalho no Brasil está ficando cada vez mais de cabelos brancos.

Essa realidade evidencia o surgimento de uma transformação que muda a projeção de que a juventude é o grande motor do desenvolvimento da economia.

O desafio, que já chegou, é como romper com a cultura alimentada pela transformação digital, que traz à tona uma percepção de que somente com jovens um empreendimento se faz moderno e que as pessoas de cabelos brancos são seres estagnados no tempo. Isso, na maioria das vezes, já não condiz com a realidade, que se assim persistir não colherá o melhor que pode ser proporcionado pela diversidade geracional.

Embora o mercado de trabalho tenha um olhar muito voltado para os jovens, recente em momentos de dificuldades das experiências e habilidades dos profissionais de cabelos brancos, que costumam ser mais resiliente em momentos de crise por serem profissionais que tem o domínio, não entram em desespero na hora que acontece algo não conforme, tem mais capacidade de planejar e apresentam alternativas. Além dessas características, os cabelos brancos, tiveram ao longo de suas experiências profissionais tempo para aprender, treinar e aprimorar a comunicação e a empatia, duas das principais qualidades de um profissional que não dizem tanto sobre seu conhecimento técnico, mas sim sobre sua conduta e desenvolvimento pessoal, que cada vez mais o mercado de trabalho está percebendo o quanto o alinhamento de valores com colaboradores faz diferença nos resultados de forma geral. Um outro ponto em favor dos cabelos brancos tem a ver com a criatividade, que difere um pouco das mil ideias que provocam uma ruptura com os padrões, modelos ou tecnologias já estabelecidas no mercado pelos profissionais mais jovens. Os cabelos brancos são mais econômicos na apresentação de ideias inusitadas, porém, uma única ideia sua na maioria das vezes resolve eficazmente o problema. A criatividade de um profissional de cabelos brancos é mais assertiva, direta, porque é baseada em uma série de vivências pretéritas. São profissionais mais estáveis nos empregos, reduzindo com isto a taxa de rotatividade de mão de obra das empresas, já que, na maioria das vezes, buscam estabelecer as suas moradias no local onde são empregados.

Isto posto, pode-se concluir que o mercado de trabalho precisa combinar o apoio técnico com a experiência de quem já é especializado e vivido no que faz, por isso, a nova estrutura etária brasileira exigirá empresas mais atentas aos processos humanizados, flexíveis e diversos para que uma transformação que traga benefícios para todas as gerações que ingressarem no mercado de trabalho possam contar com o aprendizado de longo prazo dos profissionais de cabelos brancos.

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